Gleisi diz que Motta garantiu novo texto do PL Antifacção antes da votação na Câmara
Ministra afirma que terá reunião nesta terça (18) com o relator, o ministro da Justiça e a Presidência da Casa para discutir ajustes na proposta


Jessica Cardoso
Márcia Lorenzatto
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (17) que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu que um novo texto do PL Antifacção será apresentado antes da votação marcada para terça (18).
Segundo Gleisi, Motta afirmou que o relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), está disposto a fazer quantas versões forem necessárias. Derrite já apresentou quatro versões de textos alternativos à proposta encaminhada pelo governo Lula (PT). Gleisi declarou não haver consenso sobre o substitutivo mais recente.
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A ministra também explicou que sua reunião com o presidente da Câmara teve como objetivo levar as preocupações do governo sobre trechos considerados delicados, como o tipo penal, o conceito de facção criminosa, o perdimento extraordinário e os fundos federais de financiamento das polícias.
“Ele [Hugo Motta] me disse que conversou muito com o relator, que avançou em muitos pontos, então combinamos amanhã de fazer uma nova conversa com os técnicos, com o pessoal do Ministério da Justiça, com o Lewandowski para a gente poder fazer as observações no texto e ver se tem condições de a gente avançar”, disse Gleisi a jornalistas.
Questionada se o governo defendia o adiamento da votação, Gleisi respondeu que “isso é uma decisão do presidente da Casa e ele já decidiu que vai colocar [o tema em pauta]”.
A ministra também afirmou que, apesar de a matéria ser complexa, o governo está preparado para o debate.
“É importante vocês saberem que esse projeto que veio para cá foi discutido, foi gestado por seis meses sob coordenação do ministro Lewandowski, [que] fez consultas com vários técnicos, com pessoas especializadas. Temos muita segurança daquilo que defendemos”, disse.
Para Gleisi, a oposição “tem direito de apresentar o que quiser”, no entanto, criticou a intenção de propor um destaque que equipare facções criminosas a grupos terroristas. Para a ministra, essa iniciativa é prejudicial ao país e ignora avaliações de especialistas, do mercado e de investidores.









