Gleisi apaga post com críticas a Cuca após receber notificação extrajudicial
Presidente do PT comparou técnico do Athletico-PR aos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho, condenados por estupro
A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann (PT-PR), deletou um post em que criticava o técnico Alexi Stival, conhecido como Cuca, após receber uma notificação extrajudicial do novo treinador do Athletico-PR.
+ Gleisi diz que herança da Lava Jato foi eleição de Bolsonaro em 2018
Na postagem, publicada na rede social X (antigo Twitter), a parlamentar relembrava um caso de 1987, quando Cuca, ainda jogador, foi acusado de estupro de uma pré-adolescente na Suíça. A petista dizia que o treinador foi condenado pelo crime.
O texto da congressista também comparava o técnico aos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho, condenados por estupro na Espanha e Itália, respectivamente.
A petista apagou o post original e publicou outro, no qual manteve críticas a Cuca e ao Athletico-PR, mas recuou da afirmação de que o técnico cometeu estupro.
"É estarrecedor, na semana da mulher, saber que o Athletico Paranaense irá contratar Cuca, o homem que foi acusado pela Justiça Suíça por manter relações sexuais com uma criança de 13 anos, crime previsto no art. 187 do Código Penal Suíço", escreveu Gleisi.
"Esta situação nos faz relembrar dos recentes casos de Robinho e Daniel Alves. Embora sua condenação tenha sido anulada recentemente, consta no processo a afirmação de que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima!", continuou a parlamentar.
Na notificação, a defesa do treinador afirmou que a publicação da petista "contém diversas informações completamente inverídicas e equivocadas que podem induzir a erro seus seguidores".
"O treinador Cuca não foi condenado, pois teve seu julgamento anulado pela Corte na Suíça, por diversas irregularidades ocorridas em 1989", complementou a nota.
A defesa de Cuca ainda negou comparações aos casos citados pela deputada: "Cabe afirmar com toda convicção que esse caso da Suíça não guarda nenhuma semelhança com o caso do Daniel Alves ou do Robinho".
+ Gleisi diz que Milei fez "molecagem" ao compartilhar mensagem que associa Lula ao Hamas
Relembre o caso
Em julho de 1987, quando era meio-campista do Grêmio, Cuca e os jogadores Henrique Arlindo Etges, Fernando Luís Castoldi e Eduardo Henrique Hamester foram acusados de estuprar uma pré-adolescente de 13 anos. O caso teria ocorrido no Hotel Metrópole, em Berna.
Os atletas passaram um mês presos e voltaram ao Brasil. Em 1989, foram condenados: Cuca, Eduardo e Henrique a 15 meses de prisão e multa e Fernando, considerado cúmplice, a 3 meses e multa.
Em novembro de 2023, a Justiça da Suíça reabriu o caso a pedido de Cuca, cujos advogados alegaram falta de defesa no julgamento.
O Tribunal Regional de Berna-Mittelland acatou o argumento da defesa e anulou o processo. Como não houve novo julgamento, a decisão não entrou no mérito de culpa ou inocência do acusado. O Ministério Público suíço considerou o caso prescrito.
Cuca estava sem clube desde abril de 2023, quando foi contratado pelo Corinthians. Pressionado pela torcida por conta do caso, ficou apenas dois jogos no cargo e pediu demissão.