Gleisi diz que Milei fez "molecagem" ao compartilhar mensagem que associa Lula ao Hamas
O presidente da Argentina ainda republicou conteúdo falando em "ditadura" do chefe do Executivo federal brasileiro
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta segunda-feira (26) que o presidente argentino, Javier Milei, fez "molecagem nas redes sociais" ao compartilhar "mentiras de bolsonaristas" sobre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
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Gleisi se refere às mensagens compartilhadas por Milei no domingo (25) sobre o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. Uma delas diz que a manifestação foi uma grande mobilização do povo brasileiro "contra o autoritarismo de Lula e contra o assédio e a perseguição à oposição".
Outra diz que, no domingo, se definia "o rumo da política no Brasil e a resistência contra a ditadura de Lula da Silva". Uma terceira fazia uma conexão entre o presidente a o grupo que fez os atos terroristas de 7 de outubro. "Lula é pró Hamas. Bolsonaro é pró Israel. Fim", dizia a publicação. O brasileiro tem criticado os atos do Hamas e também a ofensiva israelense em Gaza.
"Falar em ditadura no Brasil é total irresponsabilidade, mais grave ainda se é reproduzida pelo presidente de país vizinho, amigo e parceiro comercial", afirmou Gleisi.
De acordo com ela, Milei "devia cuidar primeiro de resolver os graves problemas do povo da Argentina". "Foi eleito para isso, mas prefere ofender Lula e perseguir estudantes brasileiros em seu país", afirmou.
Brasileiros matriculados em universidades argentinas correm o risco de perder o ano letivo. Muitos estão sendo considerados "falsos turistas" e mandados de volta ao Brasil logo na chegada a Buenos Aires. A medida surpreendeu os estudantes, que se baseiam no acordo do Mercosul para morar no país vizinho.
Apoio de Bolsonaro
Javier Milei recebeu apoio de Bolsonaro nas eleições argentinas no ano passado. O ex-presidente brasileiro chegou a comparecer à cerimônia de posse do argentino, em dezembro.