Ex-assessor de Moraes tem passaporte retido pela polícia da Itália
Agentes conduziram Eduardo Tagliaferro à delegacia para "tomar ciência da existência de um processo de extradição" que tramita no STF

Victória Melo
Paola Cuenca
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, teve o passaporte apreendido pela polícia italiana nesta quarta-feira (1º). Segundo o advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa de Tagliaferro, a entrega ocorreu após policiais o abordarem em casa e o notificarem da existência de um processo de extradição em andamento.
Em nota, a defesa de Tagliaferro afirma que "ao que parece" o processo de extradição é um "expediente cautelar criado em 31.07 deste ano, conjuntamente com a ordem de bloqueio de suas contas bancárias e um suposto pedido de prisão". As medidas foram classificadas como “arbitrárias, impertinentes e absolutamente ilegais”.
O advogado responsável informou que vai adotar providências jurídicas no Brasil e na Itália “com total respeito às Cortes e confiança na Justiça”.
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Em agosto deste ano, Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo vazamento de mensagens trocadas entre servidores do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Desde 2024, o ex-servidor vive na Itália. Nas últimas semanas, Tagliaferro tem participado de comissões no Congresso Nacional e feito críticas ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a defesa, além da entrega do passaporte, Tagliaferro também está impedido de deixar a cidade de Torano Castello, no sul da Itália, onde vive atualmente.