Estudantes e professores protestam contra cortes na educação na Argentina
Mobilização recebeu apoio de setores da oposição em todo o país
Marcelo Torres
Diversas cidades da Argentina foram palco de manifestações nesta semana lideradas por estudantes e professores universitários em repúdio aos cortes de investimentos na educação feitos pela gestão de Javier Milei. A mobilização recebeu apoio de setores da oposição em todo o país.
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Entre as principais reivindicações dos manifestantes está o respeito pela educação pública, em meio a um cenário em que as principais universidades do país tiveram seus orçamentos congelados em 2023. A inflação crescente, que chegou a quase 300%, resultou em dificuldades financeiras, inclusive para despesas básicas como o pagamento da conta de luz, nas instituições de ensino.
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O governo, por sua vez, parece manter sua posição em relação aos cortes, como evidenciado pelo pronunciamento do presidente Javier Milei à nação na noite da última segunda-feira (22). Milei ressaltou que a Argentina está no "caminho certo" e celebrou o resultado positivo das finanças públicas no primeiro trimestre, com um superávit de 0,2% do PIB.
A oposição questiona a sustentabilidade desse resultado a longo prazo, destacando medidas como a redução dos salários dos aposentados, diminuição de repasses para as províncias e o não pagamento de algumas despesas públicas. O presidente defende o que chama de "programa de estabilização de choque", que considera o mais ambicioso da história argentina.