Verão desafiador: especialista traz as expectativas para a estação mais quente do ano
Período terá temperaturas acima da média e chuvas irregulares; veja como se preparar

SBT News
O verão teve início neste domingo (21) no Hemisfério Sul – no dia do solstício de verão, que marca o dia mais longo e noite mais curta do ano. A estação, que se estende até 21 de março de 2026, promete ser desafiadora para os brasileiros.
A previsão indica um período de calor intenso, com temperaturas acima da média e chuvas irregulares em grande parte do país, influenciadas por sistemas de alta pressão que bloqueiam o avanço de frentes frias.
Para entender melhor o que esperar dos próximos meses, a jornalista Marina Demori conversou com a especialista em meteorologia Maria Clara Sassaki durante o News Domingo, no SBT News. Sassaki explicou os fenômenos atmosféricos que atuarão sobre o clima brasileiro e detalhou como a população deve se preparar para uma temporada que, embora após uma primavera amena, deve registrar picos elevados nos termômetros.
O que explica a previsão de temperaturas acima da média neste verão?
"A atmosfera não estará muito favorável para trazer as frentes frias para o Sudeste do Brasil. Esses sistemas se formam, mas a circulação de ventos no alto da atmosfera dificulta o seu avanço. Com isso, chove muito na Região Sul, mas no Sudeste e Centro-Oeste a frente fria passa mais afastada, no oceano. Sem a chegada frequente desse ar polar e da umidade, temos muitos dias ensolarados que favorecem o aquecimento gradual, mantendo as temperaturas acima da média."
Quais regiões devem sentir mais a redução das chuvas?
"Uma boa parte do Brasil deve observar chuvas abaixo da média climatológica. Isso não significa que ficará seco o tempo todo, mas os volumes não atingirão o esperado para a época. As áreas mais afetadas incluem o Sudeste, o Centro-Oeste, o interior do Nordeste, o Tocantins, além do sul do Pará, sul do Amazonas e Rondônia."
Esse cenário aumenta o risco de ondas de calor ou estiagens?
"Sim, a falta de chuva é preocupante nesse sentido, aumentando a possibilidade de períodos de estiagem e a ocorrência de veranicos (sequência de dias muito quentes). Alguns municípios do interior podem registrar temperaturas próximas aos 40°C. No entanto, a chance de batermos recordes históricos de calor, como ocorreu no ano passado, é menor, pois estamos vindo de um inverno mais rigoroso e uma primavera com menos extremos."
Há chance de eventos extremos, como temporais intensos, mesmo com menos chuva?
"Com certeza. Mesmo com a chuva abaixo da média, os temporais de fim de tarde não estão descartados. A temperatura elevada serve de combustível para a formação de nuvens carregadas. Portanto, existe um alto potencial para alagamentos, enchentes, quedas de árvores e ventania, especialmente nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Campinas."
Que cuidados a população deve ter diante desse verão mais quente?
"Diante do calorão, as recomendações médicas e dos especialistas reforçadas durante a cobertura são claras: é fundamental manter a hidratação constante, andando sempre com uma garrafa de água. Além disso, deve-se evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h, usar protetor solar e dar preferência a roupas leves para amenizar a sensação térmica."








