Em defesa, Ramagem pede que Moraes aceite ex-diretores da PF e Abin como testemunhas
Denunciado alega que deixou governo antes da "radicalização" e estava focado nas eleições de 2022 quando foi adotado o suposto "tom golpista"

Ellen Travassos
Paola Cuenca
A defesa de Alexandre Ramagem indicou três testemunhas para serem ouvidas nas apurações sobre tentativa de golpe em que o deputado foi denunciado. Entre as testemunhas, estão o ex-diretor-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Rolando Alexandre de Souza e o ex-diretor-adjunto da Abin, Frank Márcio de Oliveira e o delegado Carlos Afonso Gonçalves, afastado da agência por suspeita de espionagem ilegal.
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Rolando assumiu a chefia da PF após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ter suspendido a nomeação de Ramagem para o comando da instituição. Rolando era considerado o braço-direito de Ramagem na Abin.
Já Frank de Oliveira foi número 2 da Abin de Ramagem, indicado pelo general Augusto Heleno. Ele havia sido escolhido por Bolsonaro para suceder Ramagem na época em que ele assumiria o comando da PF.
Carlos Afonso, a terceira testemunha, é suspeito de participar da "Abin paralela", num esquema de espionagem ilegal. Segundo investigadores, ele chegou a queimar documentos dias antes de uma operação da PF.
A defesa de Ramagem também disse que ele deixou o Governo Federal antes da radicalização de falas e atos no ano de 2022, quando aconteceu uma reunião ministerial e foi adotado o suposto tom golpista. E que nesse momento a "atenção" de Ramagem estava voltada à disputa eleitoral de 2022, onde foi eleito deputado federal.