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Política

El Salvador aprova reeleição por tempo indeterminado e abre caminho para Bukele

Emenda constitucional também estenderá os mandatos de cinco para seis anos e eliminará os segundos turnos

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O partido governista de El Salvador aprovou, nesta quinta-feira (31), um projeto de lei para reformular a maneira como as eleições são realizadas no país da América Central, abrindo a porta para que o presidente Nayib Bukele cumpra outro mandato.

Bukele conquistou um segundo mandato no ano passado, apesar de uma clara proibição na Constituição do país. O tribunal superior de El Salvador, repleto de juízes apoiados por Bukele, decidiu em 2021 que era direito humano do líder concorrer novamente.

A emenda constitucional aprovada na quinta-feira pelo partido Novas Ideias de Bukele, que domina o Congresso, permitirá a reeleição presidencial por tempo indeterminado, estenderá os mandatos de cinco para seis anos e eliminará os segundos turnos.

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Após sua reeleição no ano passado, Bukele disse aos repórteres que "não achava que uma reforma constitucional seria necessária", mas evitou perguntas sobre se ele tentaria concorrer a um terceiro mandato.

O projeto de lei foi aprovado por 57 votos a 3, enquanto o Congresso se prepara para o recesso.

A reforma também encurtará o mandato atual do presidente para sincronizar as eleições em 2027, já que as eleições presidenciais, legislativas e municipais são atualmente escalonadas.

A consolidação do cronograma de votação provavelmente favoreceria o partido no poder em todos os setores.

"Isso é muito simples, El Salvador: somente você terá o poder de decidir por quanto tempo deseja apoiar o trabalho de qualquer funcionário público, inclusive o seu presidente", disse a parlamentar Ana Figueroa, membro do Novas Ideias que propôs o projeto de lei para as mudanças constitucionais. "Você tem o poder de decidir por quanto tempo apoiará seu presidente e todas as autoridades eleitas".

Os poucos parlamentares do Congresso que não pertencem ao partido do governo se opuseram à proposta por temerem que ela reforce o governo de partido único no país.

"Hoje, a democracia morreu em El Salvador", declarou a parlamentar Marcela Villatoro, da Aliança Nacional Republicana, da oposição.

Bukele continua sendo um dos líderes mais populares da região, em grande parte devido à sua repressão generalizada às gangues, que fez com que os homicídios despencassem, apesar dos protestos de grupos de direitos humanos, que afirmam que pessoas inocentes foram pegas no arrastão.

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