Discurso de Lula na ONU gera disputa de narrativas entre aliados e oposição

O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU provocou reações distintas no cenário político brasileiro.

Para os aliados do governo, Lula acertou ao enfatizar a defesa da soberania nacional e a importância do diálogo internacional. Já os opositores avaliaram que, no fim das contas, quem saiu ganhando foi o ex-presidente norte-americano Donald Trump.

"É muito importante que, no contexto final de toda essa situação, brotou a consciência em ambos os líderes de que deve haver o diálogo e a diplomacia, porque sem isso não vai chegar em entendimento nenhum. Sem se conversar, sem se dialogar, não consegue chegar no bom termo", afirmou o senador Nelsinho Trad (PSD/MS).

De outro lado, o senador Marcos Pontes (PL/SP) criticou o posicionamento de Lula e destacou pontos que, segundo ele, favoreceram a agenda de Trump. "Eu acho que isso não tem que constar no discurso mesmo porque todo mundo sabe a minha opinião a respeito desse julgamento, porque ele é baseado num golpe de certa forma imaginário, que não existiu."

A senadora Teresa Leitão (PT/PE) reforçou a importância do protagonismo brasileiro no cenário internacional. "Um discurso forte, porém recheado de respeito e de perspectivas. Acho que ali ele falou para aliados e para quem mais queira se aliar ao que foi foco do discurso: democracia, soberania, desenvolvimento sustentável, respeito aos povos, os conflitos e, sobretudo, a paz que deve existir no mundo."

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, se posicionou sobre os efeitos políticos do discurso. "Eu defendo sempre que o governo brasileiro possa, em diálogo com o governo americano, dirimir as dúvidas, poder deixar para trás essa questão das tarifas, das sanções, para que a relação entre os países possa ser retomada. Sempre defendendo que o Brasil tem instituições fortes, tem uma democracia forte e que a nossa soberania, ela não está em discussão. "