Deputados do PL se reúnem fora de comissão após Motta proibir reuniões de colegiados durante recesso
Antes da decisão, Comissão de Segurança Publica da Câmara registrou quórum de 23 deputados; parlamentares mostraram placa de moção em apoio a Bolsonaro

Gabriela Tunes
Alguns deputados do Partido Liberal (PL) chegaram à Câmara na manhã desta terça-feira (22) para participar de duas reuniões: uma de moção de louvor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e outra na Comissão de Segurança Pública. Enquanto os deputados estavam registrando presença, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma decisão proibindo sessões de colegiados durante recesso parlamentar. Atividades legislativas serão retomadas em 4 de agosto.
As reuniões tiveram de ser canceladas. A maioria dos deputados já estava na Comissão de Segurança, que inclusive teve quórum de 23 parlamentares. Por causa da decisão de Motta, todos eles saíram da comissão e se reuniram fora dela.
O presidente do colegiado de segurança, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), levou à reunião um certificado, assinado por ele, de moção de apoio a Bolsonaro.
O texto diz: "A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, em atendimento ao Requerimento n° 234/2025, confere ao 38° Presidente do Brasil, Sr. Jair Messias Bolsonaro, esta Moção de Apoio em razão de alegada perseguição política e de seus impactos na ordem e segurança públicas nacionais".
"Recesso branco, então reuniões podem ser convocadas. Mobilizamos os deputados pra que estivessem aqui ontem e hoje; 55 deputados vieram a Brasília ontem pra participar das reuniões. Hoje, após o quórum, Motta cancelou. Mas a oposição não vai se calar. A decisão de Motta nos impede de manifestar a palavra", disse o congressista.
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Após a reunião, deputados voltaram à comissão para conversar com a imprensa. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou decisão de Motta como "antirregimental e ilegal". "Mas não fizemos a reunião porque nos acusam de sermos radicais e extremistas. Dizem que somos os parlamentares do ódio", falou.
"Mas hoje damos uma demonstração ao Brasil que temos subveniência até a obedecer uma decisão ilegal. Queremos que o Brasil pare de nos chamar de extremistas. Extremista é a esquerda que anda ao lado de nações totalitárias. O Brasil vai pagar uma conta cara com um governo ideológico e radical", acrescentou.
Outro parlamentar aliado de Bolsonaro, Zucco (PL-RS), afirmou que o Brasil está vivendo sob uma "ditadura" e responsabilizou governo atual pelo tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "O principal culpado das tarifas é a nanica diplomacia de Lula."