Defesa de Bolsonaro pede para Supremo anular delação de Mauro Cid
Petição foi enviada após informação de que delator mentiu em depoimento e quebrou o sigilo da colaboração

Yumi Kuwano
Paola Cuenca
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou uma série de pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados à investigação da trama golpista em que é réu. O documento contesta a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, solicita novas diligências e o reestabelecimento do prazo para manifestação.
Entre os principais pontos, os advogados pedem a anulação da colaboração premiada de Mauro Cid, alegando que ele teria violado cláusulas do acordo, prestado declarações inverídicas e quebrado o sigilo da delação para atender a interesses pessoais. A defesa cita reportagens da revista Veja que teriam revelado mensagens contraditórias do ex-ajudante de ordens, sugerindo que ele mentiu em depoimento.
A petição também requer que o STF reabra o prazo para manifestação da defesa, argumentando que, de acordo com o artigo 240 do Regimento Interno da Corte e a Lei nº 12.850/2013, o ex-presidente deveria se manifestar somente após a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o corréu delator.
Outro destaque é o pedido de envio de ofício a Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, para obtenção de dados da conta “@gabrielar702”, que segundo os advogados foi usada por Mauro Cid para se comunicar clandestinamente. A defesa solicita acesso a dados cadastrais, IPs, dispositivos, postagens, mensagens, metadados e perfis associados ao mesmo IP. O ex-ministro Walter Braga Netto fez o mesmo pedido ao Supremo na sexta-feira (13).
Além disso, os advogados de Bolsonaro pedem acesso aos documentos relacionados às quebras de sigilo telemático por entender que esses dados são importantes para o exercício do direito à ampla defesa.









