CPMI do INSS aprova requerimento para ouvir todos os ex-ministros da Previdência desde 2015
Comissão Parlamentar de Inquérito também deve ouvir ex-presidentes do instituto e do Dataprev desde início do segundo governo Dilma Rousseff

SBT News
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou nesta terça-feira (26) requerimento para tomar depoimentos de todos os ex-ministros da Previdência Social e ex-presidentes do instituto e da Dataprev desde 2015, primeiro ano do segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A lista também engloba autoridades da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e das dos ex-mandatários Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB).
+ André Mendonça é escolhido relator de investigação sobre descontos ilegais no INSS
A decisão de apurar irregularidades a partir de 2015 partiu de acordo entre parlamentares, que também concordaram hoje em eleger Duarte Jr. (PSB-MA) como vice-presidente da comissão. Já escolhas de presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), na semana passada, significaram vitória da oposição para o comando da CPMI.
Veja lista de convocações aprovadas nesta terça (26):
- Alessandro Antonio Stefanutto, ex-presidente do INSS no governo Lula
- Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, delegado da Polícia Federal (PF)
- Carlos Eduardo Gabas, ex-ministro da Previdência Social no governo Bolsonaro
- Carlos Roberto Lupi, ex-ministro da Previdência Social no governo Lula
- Edison Antônio Costa Britto Garcia, ex-presidente do INSS no governo Temer
- Eliane Viegas Mota, diretora de Auditoria de Previdência e Benefícios da Controladoria-Geral da União (CGU)
- Eli Cohen, advogado responsável por investigações particulares iniciais que culminaram na operação Sem Desconto, da PF, que revelou esquema
- Elisete Berchiol da Silva Iwai, ex-presidente do INSS no governo Dilma
- Francisco Paulo Soares Lopes, ex-presidente do INSS no governo Temer
- Glauco André Fonseca Wamburg, ex-presidente do INSS no governo Lula
- Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano, ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro
- José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo Bolsonaro
- Leonardo de Melo Gadelha, ex-presidente do INSS no governo Temer
- Leonardo José Rolim Guimarães, ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro
- Lindolfo Neto de Oliveira Sales, ex-presidente do INSS no governo Dilma
- Marcelo Abi-Ramia Caetano, ex-secretário da Previdência do Ministério da Fazenda no governo Temer – cargo equivalente ao de ministro, já que pasta foi incorporada à Fazenda naquele governo
- Patrícia Bettin Chaves, coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União (DPU)
- Renato Rodrigues Vieira, ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro
Aprovado por congressistas, o plano de trabalho do relator traz estratégias a serem usadas na comissão. Gaspar afirmou que fraudes desse tipo, com descontos indevidos em aposentadorias e pensões, possivelmente começaram em 1994, mas que a CPMI deve debruçar apenas sobre casos a partir de 2015.
+ CPMI do INSS: Damares pede depoimentos de Lula, Dilma e Temer
Uma das linhas de investigação envolve identificar entidades associativas que cobraram ilegalmente mensalidades em pagamentos do INSS a beneficiários. Trabalhos da comissão ainda preveem levantamento de denúncias de fraudes junto ao Judiciário, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e polícias, visitas ao instituto, debates com especialistas e atuação conjunta com órgãos investigativos.
Parlamentares também aprovaram pedidos de acesso à integra de investigações e inquéritos sobre fraudes no INSS na Controladoria-Geral da União (CGU), na Polícia Federal (PF), na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
+ "Não vejo como derrota", diz ministro da Previdência sobre CPI mista do INSS
Fraudes e prejuízos
As investigações tiveram início em abril, quando PF e CGU revelaram um esquema que cobrava mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização. Os desvios, ocorridos entre 2019 e 2024, foram estimados em R$ 6,3 bilhões.