Coronel condenado por trama golpista está nos Estados Unidos
Reginaldo Vieira de Abreu, condenado a 15 anos e seis meses de prisão, mora legalmente na Flórida desde 2023


Cézar Feitoza
O coronel da reserva Reginaldo Vieira de Abreu, condenado a 15 anos e seis meses de prisão pela trama golpista, está nos Estados Unidos.
O militar mora na Flórida desde 2023, após deixar o cargo que ocupava no Palácio do Planalto com a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo relatos de cinco militares ouvidos pelo SBT News.
A defesa do coronel confirmou que Vieira de Abreu segue nos Estados Unidos de forma legal.
"Até o presente momento o Cel Reginaldo não recebeu nenhuma intimação por Carta Rogatória nos EUA sobre qualquer medida em seu desfavor. Pelos tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário, a intimação deve ser encaminhada a justiça dos EUA, a quem deve proceder a intimação do réu", disse o advogado Helder Lúcio Rego.
Reginaldo não foi alvo dos mandados de prisão domiciliar decretados neste sábado (27) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A dúvida na caserna é sobre como será feita a prisão de Vieira de Abreu após o término do processo sobre a trama golpista.
A suspeita é que o militar não se entregará às autoridades e esperará a extradição pelo governo de Donald Trump.
A defesa do coronel disse ao SBT News que não sabe se Vieira de Abreu se entregará às autoridades brasileiras ou esperará algum procedimento formal para a extradição.
"Ainda não temos a informação como será o procedimento caso a prisão seja confirmada", disse Helder.
Diferente dos casos de fuga de Carla Zambelli, Alexandre Ramagem e Silvinei Vasques, o coronel Reginaldo Vieira de Abreu reside nos Estados Unidos desde antes da abertura do processo.
Ele chegou a comunicar o Supremo de moradia na Flórida durante depoimento prestado no processo da trama golpista.
O militar era chefe de gabinete do general Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência no fim do governo Bolsonaro.
As principais provas contra o coronel foram encontradas no celular de Mario. Em áudios e mensagens, ele incentivava um golpe de Estado.
"O senhor me desculpe a expressão, mas quatro linhas é o caralho. Quatro linhas da Constituição é o caceta. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando e eles não deram um tiro por incompetência nossa. Incompetência nossa, é isso", disse o coronel em áudio.









