Comissão do Congresso adia novamente votação do Orçamento de 2026 após pedido do governo
Incertezas sobre aumento de impostos e dificuldades em corte de gastos levaram a mais um adiamento da análise do texto da LDO

Warley Júnior
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional adiou novamente a votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estava marcada para esta terça-feira (21). Segundo o presidente do colegiado, senador Efraim Filho (União Brasil-PB), o pedido partiu do governo "devido a incertezas sobre aumentos de impostos e dificuldades em cortes de gastos".
É a segunda vez que o governo solicita adiamento da votação do projeto. Na semana passada, a CMO já havia postergado a análise após uma reunião entre o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
De acordo com Randolfe, o adiamento anterior foi motivado pela derrubada da medida provisória (MP) com alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitada pela Câmara dos Deputados no início do mês.
Com a perda da validade da MP, o governo busca alternativas para garantir a execução orçamentária da União em 2026. A LDO define as metas e prioridades da administração pública federal, além das regras para os orçamentos, transferências de recursos, controle de gastos, dívida pública e despesas com pessoal.
Antes de ir ao plenário do Congresso, o texto precisa ser aprovado pela CMO. O relatório do deputado Gervásio Maia (PSB-PB) prevê superávit de R$ 34,3 bilhões em 2026, o equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A votação do projeto, que tinha como prazo dia 15 de julho, está atrasada há três meses.