Política

Chile tem eleições para presidente neste domingo (16); disputa deve ir a segundo turno em dezembro

Esquerdista Jeannette Jara lidera pesquisas de intenções de voto, com 33,2%; Kast e Kaiser, de direita e extrema direita, empatam com 16,8%

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Chilenos vão às urnas neste domingo (16) para escolher sucessor do presidente Boric | Reuters
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Chilenos vão às urnas neste domingo (16) para escolher o próximo presidente do país em uma eleição altamente disputada. A votação começou por volta das 9h (horário de Brasília) e deve se estender até as 19h, com possibilidade de prorrogação caso haja filas longas. A expectativa é de apuração rápida para os primeiros resultados, embora a contagem completa deva levar algumas horas.

Segundo as pesquisas mais recentes, nenhum dos oito candidatos para suceder Gabriel Boric deve obter mais de 50% dos votos no primeiro turno, o que torna bastante provável um segundo turno em 14 de dezembro.

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Quem são principais candidatos e cenário político

As pesquisas da Atlas/Intel apontam a liderança de Jeannette Jara, nome da coalizão de esquerda, com 33,2% dos votos, seguida por um empate técnico entre José Antonio Kast, líder da extrema-direita, e Johannes Kaiser, da direita, ambos com 16,8%.

Outros concorrentes aparecem nas pesquisas, segundo o levantamento: Franco Parisi tem 14,2% das intenções de voto; Evelyn Matthei, da centro-direita, aparece com 13,9%. Também aparecem com menos apoio: Harold Mayne-Nicholls (1,9%), Marco Enríquez-Ominami (1,0%) e Eduardo Artés (0,1%).

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Temas centrais das campanhas:

Segurança pública

Kast se apresenta como o candidato mais preparado para enfrentar a criminalidade, fato reforçado por eleitores: segundo o CEP, 35% dos entrevistados o consideram mais eficaz no combate ao narcotráfico, enquanto 32% acreditam que ele manteria melhor a ordem social.

Migração

A migração, especialmente de venezuelanos, ganhou protagonismo na campanha. Esse tema está diretamente ligado ao discurso de segurança de Kast, que defende medidas mais duras para controlar a entrada de imigrantes irregulares.

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Além disso, Jara alertou que, sob governos de Kast ou Kaiser, podem haver retrocessos nos direitos das mulheres, um ponto de tensão importante para parte do eleitorado.

Projeções para o segundo turno

As projeções indicam que o segundo turno deve repetir a polarização que marcou todo o processo eleitoral. Embora Jeannette Jara lidere o primeiro turno com vantagem expressiva, pesquisas como Atlas/intel mostram um cenário de disputa muito mais apertado quando a eleição é reduzida a dois nomes.

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Isso ocorre porque parte significativa dos votos que hoje se distribuem entre Kast, Kaiser, Matthei e Parisi tende a convergir majoritariamente para a direita no segundo turno, criando um ambiente mais desafiador para a candidatura de esquerda, tendo Jara com 41% das intenções e Kaiser com 46%. Ainda com a possibilidade de Jara no segundo turno, a líder esquerdista teria 40% contra 46% de Kast.

O que está em jogo

Para a esquerda, a eleição representa a chance de consolidar uma agenda focada em programas sociais, combate à desigualdade e políticas de apoio estatal, pilares associados à campanha de Jeannette Jara. No entanto, transformar essa plataforma em maioria eleitoral é um desafio, especialmente diante de um eleitorado fragmentado e de um discurso oposicionista que ganhou força ao longo da campanha, principalmente no campo da segurança pública.

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Já para a direita, a disputa é vista como uma oportunidade de redirecionar o país após anos de instabilidade política e tensões institucionais. Kast aposta fortemente em uma retórica de "lei e ordem" e em promessas de endurecimento contra o crime e a imigração irregular, temas que dominaram os debates e atraíram grande parcela dos eleitores indecisos. A linguagem dura e o apelo à mudança têm potencial para reunir diferentes segmentos da direita, que hoje se dividem entre ele, Kaiser e Matthei.

Além da presidência, a renovação do Congresso adiciona um componente decisivo: qualquer que seja o vencedor, governar sem uma base sólida pode dificultar a aprovação de reformas estruturais. O resultado legislativo, portanto, é tão central quanto o da própria disputa presidencial e deve determinar a capacidade de estabilidade política nos próximos anos.

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