Segurança pública tende a ser fator crucial na eleição presidencial do Chile, neste domingo (16)
Pesquisa Atlas/Intel mostra Jeannette Jara na liderança, com 33,2% das intenções de voto, seguida por Kast e Kaiser, empatados com 16,8%

Murillo Otavio
com informações da Reuters
A sucessão do presidente do Chile, Gabriel Boric, que se inicia neste domingo (16) com o primeiro turno das eleições gerais, tem a segurança pública como ponto central da disputa.
De acordo com pesquisa da Atlas/Intel, a candidata de esquerda Jeannette Jara lidera a corrida, com 33,2% das intenções de voto, seguida pelos candidatos de extrema direita, José Antonio Kast, e de direita, Johannes Kaiser, empatados com 16,8%.
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"O país retorna a um cenário de fragmentação em três blocos: a candidatura de esquerda, que reúne o eleitorado governista; a divisão da direita entre Johannes Kaiser e Evelyn Matthei; e o avanço de uma direita mais radical, representada por José Antonio Kast. Pesquisas recentes indicam que a disputa de segundo turno entre esquerda e direita é a configuração mais provável", afirmou Victor Missiato, professor de história do Mackenzie.
A eleição ocorre sob os impactos do Estallido Social de outubro de 2019, quando protestos massivos foram duramente reprimidos, resultando em 32 mortos e 3,4 mil feridos.
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O sentimento de frustração e desconfiança que emergiu naquele período abriu espaço para a direita chilena capitalizar o discurso de ordem e segurança.
A campanha eleitoral, que se encerrou oficialmente nessa quinta (12), foi marcada por propostas cada vez mais duras em relação a essa pauta.
Segundo o Centro de Estudos Públicos (CEP), a população demonstra amplo apoio a medidas rígidas. Muitos concordam que "todas as liberdades públicas e privadas devem ser suprimidas para controlar o crime". Esse cenário fortalece as candidaturas de direita, de acordo com o professor.
Um dado que ilustra como a violência influenciou o debate público é o número de homicídios.
O Relatório Nacional de 2024 sobre Vítimas de Homicídios Consumados apontou uma taxa de 6 homicídios por 100 mil habitantes, o dobro do índice de uma década atrás.
O ministro da Segurança Pública, Luis Cordero, afirmou ao jornal El País que o objetivo é retornar ao patamar de 3 homicídios por 100 mil habitantes. Ainda assim, o índice chileno está distante do registrado em países da região, como o Equador, que tem 38 homicídios por 100 mil habitantes.







