Câmara não tem previsão para votar aumento de pena a crimes ambientais
Proposta do governo estabelece prisão em regime fechado para queimadas intencionais, desmatamento e garimpo ilegal

Lis Cappi
O projeto enviado pelo governo Lula ao Congresso Nacional, voltado para aumentar as penas contra quem comete crimes ambientais, ainda não tem previsão para ser analisado na Câmara dos Deputados.
Interlocutores próximos ao presidente Arthur Lira (PP-AL) confirmaram a falta de previsão a uma análise da proposta até esta terça-feira (15), mesmo dia em que a medida foi enviada pelo governo Lula (PT).
Entre os pontos apresentados pelo texto está o agravamento de pena ao desmatamento, mineração ilegal e a provocação intencional de incêndios florestais.
Há, também, a proposta de que a pena a ser cumprida por criminosos seja maior. Uma pena que atualmente chega a, no máximo, três anos poderá com o projeto alcançar os oito anos.
Para acelerar a votação, as sugestões podem ser incluídas em outro projeto que já está na Câmara dos Deputados. Mas essa decisão também não foi confirmada.
O envio do texto vem na esteira do aumento de incêndios florestais em todo o país, sob suspeita de início criminoso. A Polícia Federal analisa mais de 100 casos que podem ter início criminoso.
A proposta do governo deve ainda ganhar destaque nesta quarta-feira (16), com a ida da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. Ela estará na Câmara para uma audiência que vai discutir queimadas na Comissão de Agricultura.
A ida da ministra atende a um pedido de deputados da oposição, que afirmam haver uma falta de ação do governo mais incisiva para frear as queimadas.
Os meses de agosto e setembro tiveram números recordes de focos de queimada no país. Monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que os meses contaram com 3.612 e 2.522 focos de incêndios, respectivamente. O ano de 2024 teve, até este mês de outubro, 8.630 mil registros de incêndio - o maior número para o ano desde o início do monitoramento, em 1998.









