Após tentativa de suspensão, apenas uma testemunha de Chiquinho Brazão depõe em oitiva
Oito testemunhas foram indicadas para depor em processo do Conselho de Ética sobre cassação de mandato
Yumi Kuwano
A defesa do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, pediu que o processo do Conselho de Ética, que decide sobre a cassação do mandato do deputado, fosse suspenso após testemunhas declinarem do convite para depor.
Em oitiva realizada nesta terça-feira (9), das oito testemunhas indicadas pela defesa, o ex-assessor do deputado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Marcos Rodrigues Martins, foi o único que depôs.
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Segundo a advogado Cleber Lopes, o processo ético-disciplinar deveria ser suspenso até que o Judiciário decidisse pela condenação ou absolvição de Chiquinho Brazão ou que testemunhas deveriam ser obrigadas a depor.
A relatora do processo, deputada Jack Rocha (PT-ES), negou o pedido e argumentou que o Conselho não intima testemunhas e como convidadas, podem aceitar ou não.
Acusação
O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) foi uma das testemunhas ouvidas nesta tarde. Ele, que foi vereador no Rio de Janeiro junto com Marielle, afirmou o PSOL se tornou um obstáculo aos interesses políticos e econômicos das milícias no Rio e que o crime foi para "causar terror a quem ousasse enfrentar esse poder político dos milicianos". "Marielle era obviamente quem representava a maior ameaça dos interesses da milícias naquele momento", disse.
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Chiquinho, seu irmão Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa estão presos desde 24 de março e são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) acusados de serem os responsáveis pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes.