50 anos depois da morte de Herzog, governo brasileiro firma acordo para indenizar família
Acordo judicial reconhece responsabilidade do Estado e prevê pagamento de indenização no valor de de R$ 3 milhões

SBT News
A Advocacia-Geral da União (AGU) firmou um acordo judicial que prevê o pagamento de cerca de R$ 3 milhões à família do jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura em 1975 nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, durante a ditadura militar. O acordo também garante a manutenção da reparação econômica mensal paga à viúva, Clarice Herzog.
O acordo foi fechado menos de cinco meses após a família ingressar com uma ação contra a União. A AGU informou que o objetivo do acordo é reparar danos morais e reconhecer oficialmente a responsabilidade do Estado pela morte do jornalista, cuja história se tornou símbolo da luta por memória, verdade e justiça no Brasil.
A cerimônia de celebração do acordo será realizada no próximo dia 26 de junho, na sede do Instituto Vladimir Herzog, em São Paulo, véspera do aniversário de 88 anos que o jornalista completaria. O ato contará com a presença de autoridades, familiares e convidados.
Vladimir Herzog foi assassinado em 1975, aos 38 anos, e sua morte, inicialmente forjada como suicídio, gerou grande mobilização popular. Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Estado brasileiro por não investigar e punir os responsáveis, reconhecendo o crime como de lesa-humanidade.
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