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Polícia

Suspeito de matar gari: especialistas comentam sobre corpo e rosto do empresário

Aparência chamou a atenção e levantou questionamentos sobre o possível uso de hormônios anabolizantes e procedimentos estéticos

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O empresário Renê Silva e o gari Laudemir de Souza Fernandes | Foto: reprodução
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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, está preso suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, em Belo Horizonte. O crime ocorreu na manhã de 11 de agosto, após uma discussão de trânsito. Segundo a Polícia Militar, Renê teria ameaçado os garis que estavam fazendo a coleta naquele momento e, mesmo após um pedido para manter a calma, atirou contra o grupo. O disparo atingiu a barriga de Laudemir. Ele foi socorrido e morreu no hospital.

Além da barbaridade do crime, a aparência do suspeito chamou a atenção: corpo musculoso, baixo percentual de gordura e rosto com ângulos marcados. As características levantaram questionamentos sobre o possível uso de hormônios anabolizantes e procedimentos estéticos.

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É possível atingir esse físico apenas com treino e dieta?

Para o cirurgião plástico Fernando Freitas, especialista pelo Hospital das Clínicas da USP, o porte físico do suspeito sugere alto nível de treino e dedicação. “Visualmente, trata-se de um homem com musculatura bastante desenvolvida, baixo percentual de gordura e contornos musculares bem definidos. O rosto apresenta ângulos marcados, com mandíbula e maçãs do rosto evidentes, características que podem ser naturais ou potencializadas por fatores estéticos”, avalia.

Segundo ele, é possível atingir esse nível apenas com treino e alimentação, mas isso exige anos de dedicação, genética favorável e dieta rigorosa. “Em muitos casos, para manter esse padrão de definição, algumas pessoas recorrem à suplementação avançada, procedimentos estéticos ou uso de substâncias. Mas sem avaliação direta, não é possível afirmar”, destaca.

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Quais procedimentos corporais e faciais são comuns nesse perfil?

Fernando Freitas explica que homens que buscam acentuar músculos recorrem à lipoaspiração de alta definição, lipoenxertia para aumentar volume e implantes de peitoral ou panturrilha. No rosto, o preenchimento de mandíbula, queixo e maçãs é frequente.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica aponta que a procura masculina por procedimentos cresceu de 5% para 30% em cinco anos. Em 2019, de 650 mil cirurgias plásticas, 104 mil foram em homens.

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O que o uso de anabolizantes pode causar?

Muitos comentários em redes sociais sugerem um possível uso de anabolizantes pelo suspeito. O médico Wandyk Allison, pós-graduado em endocrinologia, afirma que não é possível identificar o uso de anabolizantes apenas pela aparência. “Um corpo muito musculoso pode levantar suspeita, mas também pode ser resultado de genética, treino e dieta. A confirmação só é possível com exames laboratoriais”, destaca.

Entre as substâncias usadas para hipertrofia estão testosterona em altas doses, trembolona, metenolona, estanozolol e oxandrolona. Segundo ele, os efeitos colaterais incluem:

- Alterações no colesterol

- Aumento da pressão arterial

- Sobrecarga hepática

- Acne

- Queda de cabelo

- Risco cardiovascular elevado

Anabolizantes alteram comportamento?

De acordo com Wandyk, os anabolizantes podem influenciar neurotransmissores ligados ao humor, aumentando a energia e a autoconfiança. “Isso pode se traduzir em maior irritabilidade e impulsividade, mas não cria, por si só, um comportamento violento - potencializa traços já existentes”, afirma.

O que acontece quando o uso é interrompido?

A suspensão abrupta, como em casos de isolamento, especialmente após uso prolongado, pode causar:

- Queda nos níveis de testosterona, resultando em fadiga

- Perda muscular

- Diminuição da libido

- Sintomas depressivos

“O corpo leva tempo para retomar a produção natural de hormônio e, sem acompanhamento médico, essa transição pode ser mais difícil”, explica o médico.

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