Receita e PF apreendem maconha líquida disfarçada de uísque no Rio de Janeiro
Segundo a polícia, apreensão em centro dos Correios levou à abertura de inquérito sobre tráfico internacional
SBT Brasil
A Receita Federal apreendeu uma remessa de maconha líquida dentro de garrafas com rótulos de uísque na manhã de segunda-feira (6), em um centro de distribuição dos Correios, na zona norte do Rio de Janeiro.
A ação fez parte da Operação Whisky, deflagrada em conjunto com a Polícia Federal, contra um esquema de tráfico internacional. Segundo os policiais, a droga era importada dos Estados Unidos e estava escondida em uma caixa contendo duas unidades, com destino ao Aeroporto Internacional Tom Jobim.
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Os agentes federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão nos bairros de Botafogo e Copacabana, na zona sul, para coletar provas contra o esquema. Na ocasião, foram apreendidos celulares, pen drives e documentos diversos.
De acordo com a Receita Federal, essa foi a primeira vez que o entorpecente foi encontrado disfarçado de bebida alcoólica. A descoberta levou ao início de uma investigação sobre o tráfico internacional de maconha líquida concentrada e se a droga vem sendo vendida misturada a solventes e extratos.
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A substância psicoativa da cannabis, encontrada em grande quantidade na maconha líquida, é muito utilizada em cigarros eletrônicos. Apesar de ser promovida como uma alternativa mais segura ao consumo tradicional da droga, ela apresenta riscos.
O médico Alexandre Milagres explica que os vapes, por serem inalado com frequência e em doses concentradas, podem levar a uma dependência mais forte e rápida. "O que estamos observando é que a quantidade da substância dentro desses vapes é muito maior em relação, por exemplo, aos de nicotina. Você tem até 10 vezes mais substância”, diz o pneumologista.
Ele ressalta que ainda há pouco conhecimento acerca dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), inclusive os de nicotina, e qual é o potencial maléfico do seu uso com a maconha. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 100 milhões de pessoas usam cigarros eletrônicos no mundo.
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No Brasil, quase 500 pessoas morrem todos os dias em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo. Com a popularização dos cigarros eletrônicos, o perigo permanece, apenas com uma embalagem diferente.
Paulo Telles, pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), explica que o contato precoce com a nicotina aumenta a chance de dependência. “Quanto mais cedo se tem experiência dos efeitos da nicotina, maior a probabilidade de se tornar uma pessoa que vai consumir a substância durante toda a vida”, afirma.