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Polícia encontra aviões desmontados em chácara de São Paulo e suspeita de ação do PCC

Peças de aeronaves suspeitas de serem usadas pelo crime organizado foram apreendidas em Joanópolis

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Polícia encontrou peças de avião que pertenceriam ao crime organizado. | Reprodução
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A Polícia Civil de São Paulo encontrou peças de quatro aeronaves em uma chácara na cidade de Joanópolis, no interior do estado, durante uma operação de busca e apreensão com mandado expedido pela Justiça. A suspeita é que as partes dos aviões seriam utilizadas na montagem de aeronaves para o crime organizado.

O delegado Marcos Galli Casseb explicou que essas aeronaves costumam ser utilizadas para transporte de drogas e outras atividades criminosas. "O uso dessas aeronaves é feito tanto para o transporte de drogas quanto para outros ilícitos", afirmou.

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Os aviões são conhecidos como "Frankenstein" devido à forma como são montados: clandestinamente e com peças compradas em desmanches. Essas aeronaves geralmente são utilizadas apenas uma vez em operações criminosas. O método é chamado pelos criminosos de "voo de galinha" – uma viagem curta e em baixa altitude para evitar a detecção por radares dos aeroportos.

A investigação que levou até a chácara teve início a partir de uma apuração sobre lavagem de dinheiro na compra e venda de carros de luxo no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Durante a investigação, os policiais descobriram que um avião ligado a traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) estava registrado no nome de um pedreiro. Quando buscavam outras duas aeronaves, chegaram até a propriedade rural em Joanópolis.

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O dono da chácara foi ouvido pela polícia e afirmou que comprava as peças de aviões de forma legal, mencionando que as adquire em leilões nos Estados Unidos e que faz todo o processo de importação com a Receita Federal. "Compro avião em leilão, nos Estados Unidos, e de lá alguns vêm pra cá. Desmancha, certifica as peças e vende, tudo é feito através da Receita Federal, guia de importação, DI, impostos recolhidos. Não é no nome de ninguém, é no nome da minha empresa, 100% legal", declarou Marcelo Santos, dono da chácara. No entanto, a venda de peças de aviões foi proibida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele negou, contudo, qualquer ligação com o crime organizado.

A polícia ainda investiga para onde os aviões montados estão sendo levados. Segundo o delegado Marcos Galli Casseb, as aeronaves chegam em partes por via terrestre, e a montagem pode ocorrer em qualquer local. "Ali não é o local de uma manutenção de aeronave, não existe pista de pouso, a aeronave chega por via terrestre. Então, ela é desmontada em outro local, ou ali, parte dela, e a montagem pode ser ali ou em qualquer local. É isso que estamos investigando", completou o delegado.

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Entre os locais investigados pela polícia estão hangares no aeroporto de Bragança Paulista. Em um dos casos, um avião utilizado para transportar cocaína decolou do Brasil, pousou em Honduras, na América Central, e foi incendiado logo em seguida.

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