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Chuva de dinheiro, ameaça de facção e compra de votos, como foram as ações contra crimes eleitorais

A três dias do primeiro turno, Polícia Federal colocou 11 ações nas ruas no RJ, RS, BA, AM, MT, PA, RR e SE; objetivo é coibir influência criminosa nas eleições

Chuva de dinheiro, ameaça de facção e compra de votos, como foram as ações contra crimes eleitorais
Operação da PF em Parintins (AM) contra esquema de compra de votos. (Crédito: Divulgação/PF)
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A Polícia Federal deflagrou 11 operações contra crimes eleitorais, nesta quinta-feira (3), em oito estados de diferentes cantos do Brasil. A ofensiva é parte das "ações estratégicas voltadas à proteção do processo eleitoral e ao combate a crimes eleitorais" anunciadas pela PF.

As operações têm como alvo crimes de: compra de votos com dinheiro vivo, com equipamentos e combustível, pagamento a candidatos pela desistência da disputa, coação aos eleitores e candidatos, violência política de gênero, ação de facção, entre outros.

+ Crimes eleitorais: Polícia Federal tem mais de 600 investigações em andamento desde início da campanha

A PF foi às ruas em cidades do Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima e Sergipe.

PF em crimes eleitorais em 2024:

  • 40 operações policiais de combate a crimes eleitorais
  • R$ 16,7 milhões apreendidos em bens
  • R$ 11 milhões apreendidos em espécie
  • 2,2 mil inquéritos em andamento de crimes eleitorais e contra o Estado Democrático de Direito
  • 6 mil policiais federais envolvidos

Os pontos de atenção da PF, nas Eleições de 2024, são "o aumento da difusão de fake news e desinformação sobre o processo eleitoral, o uso indevido de inteligência artificial e deepfakes em propagandas", entre outros.

Crime organizado

No Rio Grande do Sul, a PF e polícias Civil e Militar do estado deflagraram a Operação Integridade Eleitoral, contra a infiltração e interferência de facção criminosa na disputa eleitoral em São Borja (RS).

As investigações descobriram que uma facção local estaria patrocinando um candidato local. Segundo a PF, os criminosos davam "apoio pessoal, material e financeiro" ao candidato.

Os alvos são acusados de cooptação de voto, falsidade ideológica eleitoral, compra de votos e não declaração de gastos eleitorais.

No Amazonas, a Operação Tupinambarana Liberta teve como alvos membros de uma facção e agentes públicos "que cometiam crimes eleitorais para eleger um candidato de Parintins (AM)".

"O objetivo da operação é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol de uma candidatura na cidade de Parintins/AM. A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente à Prefeitura de Parintins", informou a PF sobre a Operação Tubinambarana Liberta.

Nesse caso, os investigados são suspeitos de "crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do Estado Democrático de Direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral", segundo a PF.

Coação

No Rio de Janeiro, a PF deflagrou duas operações nesta quinta-feira (3), envolvendo "coação de eleitores e compra de votos". Em Campos dos Goytacazes (RJ), os alvos foram os responsáveis por guardar e distribuir dinheiro para compra de votos e por coagir eleitores para que votassem no candidato a vereador Bruno Pezão.

As investigações começaram com a prisão do candidato Bruno Pezão, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 18 de setembro, por suspeita de envolvimento com a morte de um cabo eleitoral.

+ Vereador e traficante preso são investigados pelo Gaeco por assassinato de cabo eleitoral no RJ

Também no Rio, a PF deflagrou a Operação Nômade Eleitoral, que teve como alvo "uma organização criminosa voltada para cooptar pessoas para alistamento eleitoral e/ou mudança de domicílio eleitoral", em Santa Cruz para Itaguaí (RJ).

O Ministério Público Eleitoral acionou a PF e apontou que o candidato a vereador e seus cabos eleitorais davam "comprovantes de residência falsos para os possíveis eleitores", em troca de dinheiro e da promessa de voto.

Violência política de gênero

No Pará, as ações da PF tiveram como alvos investigados por crime eleitoral de violência política de gênero, contra uma candidata transgênero, que concorre a cargo de vereadora em Paragominas (PA). Desde 2021 é crime a violência política de gênero, segundo a lei.

"Dois investigados mesclaram imagens e vídeos regulares de campanha política com vídeos de conteúdo adulto no intuito de constranger e humilhar a candidata, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral", registra nota da PF sobre a operação da PF.

Compra de votos

A prisão de um candidato a prefeito de Coari (AM), na quarta-feira (2), que fez chover dinheiro para os eleitores durante um comício eleitoral, foi um dos casos de compra de votos alvos da PF. Em Lagarto (SE), a PF deflagrou a Operação Listagem, contra um grupo que distribuía dinheiro à população local, em troca de promessa de voto.

Em Guajará (AM), a Operação Voto Edificado, desta quinta-feira (3), teve como alvo um esquema de compra de votos, com materiais de construção, motores, roçadeiras e outros. Os bens eram "distribuídos a eleitores em troca de promessa de votos em determinado candidato", informou a PF.

+ Dois candidatos a vereador são alvos da Polícia Federal por possível compra de voto com Cheque Moradia

Em outra ação, a PF apreendeu R$ 20 mil em espécie, com uma assessora parlamentar que embarcava em Manaus no Aeroporto de Flores para Benjamin Constant (AM). A assessora "não havia comprovação do saque e nem tinha o conhecimento da origem do dinheiro". Na ação, o "parlamentar também passou por inspeção e assumiu que o dinheiro era dele".

Comitê pirata em Sinop (MT). A PF descobriu na cidade um local onde um candidato a prefeito pagava R$ 2,5 mil por voto. No imóvel, havia uma placa "aluga-se" e as cortinas estavam abaixadas. "Funcionava como um comitê não oficial de campanha. Os policiais flagraram o momento em que uma colaboradora realizava o pagamento de R$ 2,5 mil em espécie para um terceiro."

Na Bahia, a PF deflagrou a Operação Los Intocables, em Santana do Livramento (BA), contra um candidato a vereador de distribuía combustível em troca de votos. Há suspeita ainda de que o candidato "seria financiado por integrantes do crime organizado, sobretudo com recursos provenientes do contrabando", segundo a PF. "Após diligências preliminares, foi possível identificar a atuação ativa e permanente de indivíduos com vasto histórico criminal na campanha do candidato investigado, inclusive por meio de doações em dinheiro."

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