Polícia conclui que não houve estupro coletivo em boate na Lapa, no Rio
Homem com quem universitária uruguaia se relacionou de forma consensual vai responder por abuso de vulnerável, uma vez que ela estava sob o efeito de drogas
Liane Borges
A Polícia Civil concluiu que não houve estupro coletivo na boate na Lapa, no Centro do Rio, como afirmava uma universitária uruguaia que denunciou o caso.
Um jovem, no entanto, com quem a estudante confirmou ter tido relação consensual no dark-room (quarto escuro), foi indiciado por estupro de vulnerável, após o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontar que ela estava sob efeito de drogas. A polícia pediu a prisão dele.
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O inquérito foi finalizado nesta quinta-feira (11), 11 dias após a jovem procurar a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para denunciar o caso e fazer o registro na delegacia. Testemunhas foram ouvidas e imagens e laudos técnicos, analisados. Cinco homens chegaram a ser investigados.
No depoimento à polícia, a jovem contou que perdeu a consciência durante o suposto abuso e que não sabe se alguma coisa foi colocada na sua bebida, já que a festa era “open bar”, ou seja, com bebida à vontade. O exame de corpo de delito "confirmou ato libidinoso", e as investigações apontaram que houve apenas um autor do crime.
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A investigação foi concluída pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), do Centro, e encaminhada ao Ministério Público. Em uma nota publicada na rede social, a boate Portal Club agradeceu o "empenho da Deam" e disse que prestou "todo o apoio à vítima, encaminhando-a à sala da gerência, onde recebeu o suporte necessário."
Relembre o caso
O caso aconteceu na madrugada do último domingo (31) e foi revelado pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ).
Segundo ela, a jovem de 25 anos foi com uma amiga, na casa de quem estava hospedada, à boate Portal Club e relatou que, após conhecer um rapaz, aceitou ir com ele a um espaço mais reservado da boate, conhecido como dark room. A turista contou que foi estuprada sem qualquer chance de defesa por um número de homens que ela não consegue precisar. Também afirmou que chegou a perder a consciência e que não sabe se algo foi adicionado à sua bebida.
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Ainda segundo a deputada, quando recuperou a consciência, a jovem procurou a amiga para relatar a situação e manifestou a vontade de chamar a polícia, mas não foi devidamente atendida. Ela denunciou que funcionários da boate, inclusive seguranças, tentaram dissuadi-la de ir à delegacia. A amiga da vítima é testemunha dessas circunstâncias.
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A jovem foi ouvida pela deputada, acolhida na Sala Lilás da Comissão da Mulher e em seguida acompanhada à Deam do Centro, onde o caso foi registrado.
A jovem é universitária e pretendia permanecer por pelo menos um ano no Brasil para aprender português. Agora, ela está decidida a voltar o quanto antes para o país de origem, informou Renata Souza no X, antigo Twitter.