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PF revela esquema de propina envolvendo policiais civis presos por execução de delator do PCC

Investigação aponta que suspeitos extorquiam estabelecimentos na zona leste de São Paulo

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Uma investigação da Polícia Federal revelou que três dos cinco policiais civis presos por envolvimento na execução de Vinicius Gritzbach mantinham um esquema de cobrança de propina.

O esquema envolvia casas noturnas, jogos clandestinos e desmanches de carros na zona leste de São Paulo, região onde o delator do PCC operava seus negócios e mantinha uma rede de proteção.

O relatório final da investigação possui quase 400 páginas e já foi encaminhado ao Ministério Público. A quebra de sigilo telefônico, autorizada pela Justiça, trouxe à tona evidências do envolvimento do delegado Fábio Baena e dos investigadores Eduardo Monteiro e Marcelo Marques de Souza, conhecido como "Bombom".

Na residência de Bombom, a polícia encontrou uma planilha detalhando os pagamentos de propina. O documento continha nomes de estabelecimentos e responsáveis pelos repasses aos policiais, além de siglas indicando o tipo de negócio: desmanche, bingo e casa noturna.

Segundo as investigações, os valores eram recolhidos mensalmente, chegando a R$ 100 mil em um único pagamento. No total, estima-se que os suspeitos tenham recebido mais de R$ 500 mil em propina.

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A defesa de Fábio Baena e Eduardo Monteiro argumenta que o prazo para a denúncia do Ministério Público já expirou e entrou com um pedido de soltura. Segundo o advogado, a planilha apreendida não faz referência direta a seus clientes.

A Polícia Federal realizou buscas em cerca de 30 estabelecimentos na zona leste, onde Gritzbach operava seus negócios. Entre os alvos, está uma casa noturna na Vila Formosa, suspeita de explorar a prostituição ilegalmente. De acordo com os investigadores, parte do lucro do local era repassada aos policiais para garantir seu funcionamento.

Os policiais civis estão presos sob a acusação de envolvimento na execução de Gritzbach, que foi assassinado com oito tiros de fuzil em 8 de novembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Antes de ser morto, Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, revelando o pagamento de propina aos policiais em troca de proteção.

O delator chegou a ser preso como mandante do assassinato de Anselmo Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", um dos líderes do PCC, morto em uma emboscada em 2021, junto com Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue".

Procurada, a defesa de Marcelo Marques de Souza não se manifestou.

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