Polícia

PF prende empresário com R$ 270 mil em prefeitura comandada por sobrinho de Renan Calheiros

Engenheiro preso é dono de empresas que mantêm contratos milionários com prefeituras de Alagoas e portava anotações que podem estar relacionadas a propina

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Material apreendido pela PF com empresário dentro de prefeitura alagoana | Polícia Federal
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A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante um empresário dentro da Prefeitura de Murici (Alagoas) com R$ 270 mil em espécie. A PF encontrou com o investigado uma série de anotações. Segundo pessoas envolvidas na apuração, há suspeita de que os escritos apreendidos tratam de percentuais de propinas relacionadas a contratos públicos.

O SBT News teve acesso a parte desses documentos. Os papéis mostram contratos, valores e anotações de porcentagens. A PF vê relação direta do valor apreendido com os registros anotados.

Murici fica a 53 km de Maceió, capital de Alagoas, e é berço eleitoral da família Calheiros. O prefeito da cidade é Remi Calheiros (MDB), sobrinho do senador Renan Calheiros (MDB).

O empresário preso chama-se Diogo José de Andrade Romão, é engenheiro civil e dono de empresas que mantêm contratos milionários com diversas prefeituras de Alagoas e também com o governo federal. Ele é investigado pelo crime de corrupção ativa.

Procurada pela reportagem, a defesa do empresário disse que ele foi liberado da prisão usando tornozeleira eletrônica e cumprirá outras medidas restritivas. A advogada do suspeito não quis comentar sobre o dinheiro e as anotações apreendidas.

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O SBT News também procurou a prefeitura de Murici, mas não obteve resposta até o momento. Em contato por telefone na tarde desta sexta-feira (14), o prefeito Remi Calheiros não respondeu as perguntas feitas pela reportagem.

Segundo fontes ligadas à investigação, policiais receberam uma denúncia anônima e passaram a seguir o empresário, que era visto com frequência na prefeitura da cidade. No início da tarde da terça-feira (11), de acordo com essas fontes, ele saiu de uma agência bancária, onde teria sacado dinheiro, foi até a prefeitura e entrou em setores em que a circulação é restrita. Ele foi preso em uma das salas do órgão municipal.

Em nota, a PF informou que as anotações e o valor apreendido “indicam o possível pagamento de vantagens indevidas, relacionadas a contratos para execução de obras públicas”. Investigadores afirmam que há suspeita de vínculo entre a liberação de pagamentos e conclusão de etapas de execução de obras.

Uma das empresas ligadas ao empresário firmou em junho contrato para a elaboração do projeto de construção de uma creche na cidade de Murici, no valor de cerca de R$ 3 milhões O contrato teve início em outubro.

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