PMs são denunciados por retirarem câmera corporal e propina
Policiais desligaram equipamento durante abordagem e, depois, foram flagrados contando dinheiro
Renata Igrejas
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou três policiais militares por desobediência, por terem retirado a câmera corporal e por concussão, nome formal para o pedido de propina. Os agentes exigiram dinheiro durante uma blitz.
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Segundo a denúncia, o crime de desobediência foi cometido três vezes por cada policial, durante um plantão da operação Lei Seca em Guaratiba, zona oeste do Rio. Foram identificados os cabos Carlos Henrique Braga Mello, Marjorie Luciano Correia Vieira e o soldado Edson Antunes Jorge.
Os policiais retiraram as câmeras dos uniformes para não serem filmados durante a abordagem. Com o equipamento desligado, os PMs exigiam R$ 300 para liberar o veículo dos motoristas com irregularidades, como a falta do Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV) físico.
Corregedoria considera “transgressões graves”
Uma das vítimas abordadas assumiu ter ingerido bebida alcóolica, enquanto outra estava coma documentação atrasada e a CNH vencida. Nos dois casos, os PMs agiram da mesma maneira: cobrando a propina e desligando as câmeras. Os dois motoristas foram liberados.
Em outro momento, a câmera de um dos policiais voltou a funcionar. Ele estava dentro da viatura, contando bastante dinheiro. Os militares, depois, foram abordados por um capitão.
O superior afirmou que foi abordado por motoristas que relataram os crimes cometidos. Inicialmente, negaram o pedido de propina, mas, depois, admitiu que um dos motoristas deu o dinheiro. Quando confrontado, o agente que pediu a propina se solicitou para devolver a quantia à vítima.
Os agentes envolvidos nos crimes foram levados à delegacia. Lá, as câmeras foram apreendidas e, de acordo com a denúncia, foi constatada a retirada dos equipamentos no momento do pedido do dinheiro aos motoristas.
O Ministério Público fluminense, diante das provas, pediu à Justiça o afastamento das ruas dos policiais denunciados. A Corregedoria considerou que os militares cometeram “transgressões graves” e que os três PMs serão submetidos ao Conselho de Revisão Disciplinar.