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Polícia

Operação mira quadrilha que extorquia comerciantes do Brás

Organização criminosa incluía ao menos seis policiais miliares, que foram alvos de mandados de prisão, além de policiais civis

Imagem da noticia Operação mira quadrilha que extorquia comerciantes do Brás
Esquema de agentes foi descoberto pela Corregedoria da PM. | Divulgalção
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A Operação Aurora, deflagrada nesta segunda-feira (16), cumpre 15 mandados de prisão preventiva contra uma organização criminosa acusada de extorquir autônomos na região do Brás, em São Paulo. Entre os alvos estão seis policiais militares. Cinco já foram presos e um é procurado. Policiais civis também faziam parte da quadrilha, segundo investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A operação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil.

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Além dos 15 mandados de prisão, os agentes cumpriram 20 mandados de busca e apreensão contra cinco empresas e quinze pessoas. Além disso, oito empresas e 21 pessoas tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados. Na casa de um dos presos, que atuava como agiota, foram apreendidos R$ 145 mil em dinheiro, além de documentos e planilhas.

Como funcionava o esquema?

A investigação começou após o Gaeco receber, em março, um ofício da Corregedoria da PM com denúncia de que agentes da segurança pública vinham exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região.

"Assim que recebemos o relato gravíssimo das vítimas, instauramos um inquérito para apurar as denúncias", diz o coronel Fábio Sérgio do Amaral, corregedor da PM. "Pedimos a quebra dos sigilo dos policiais e conseguimos todas as provas para embasar o inquérito."

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Segundo a investigação, vários vendedores são imigrantes de países da América do Sul que, sem acesso a crédito, acabavam recorrendo a agiotas para pagar as propinas. Esses agiotas, então, usavam os serviços dos policiais militares corruptos para cobrar, de forma violenta, os inadimplentes.

Uma das testemunhas ouvidas pelo GAECO relatou que trabalha nas imediações da Rua Tiers há seis anos e, recentemente, um grupo passou a exigir o pagamento de "luvas" no valor de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar sua permanência na região.

A apuração apontou ainda que uma escrivã da Polícia Civil, que é ou já foi companheira de um sargento da PM, chegou a ser flagrada na companhia de outras pessoas realizando atos de extorsão de forma organizada. Ela ainda não foi presa e está entre os procurados.

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Até o momento foram identificadas quatro vítimas entre os comerciantes autônomos do Brás, mas a polícia acredita que o esquema criminoso afetasse vários outros, que não denunciavam a situação por medo.

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