Operação policial mira facção que movimentou mais de R$ 328 milhões em Pernambuco
Foram cumpridos 21 mandados de prisão em Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul

Rodrigo de Luna
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Recife (Ficco/PE), juntamente com a Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (3), a Operação Sintonia Fina, com o objetivo de desarticular a atuação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ligada ao tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, homicídios e lavagem de dinheiro na região metropolitana do Recife e no interior do Estado.
+ Operação da PF mira rede de tráfico sexual e prende 5 suspeitos no Brasil e na Irlanda
Durante a ação, foram cumpridos 21 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão. Além de Recife, os policiais se espalharam em cidades da região metropolitana e interior de Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul. De acordo com as investigações, o grupo movimentou R$ 328 milhões nos últimos anos.
+ Criminosos usam inteligência artificial para aplicar golpe contra família
Preso um dos líderes do PCC
Uma das lideranças da facção paulista foi presa em São Paulo. O homem, natural da Paraíba e com passagem por Alagoas, era considerado um dos principais articuladores do tráfico para o Nordeste. Esse mesmo preso tinha ligação direta com Lyferson, alvo de operações anteriores, como a La Catedral, que expôs um esquema de corrupção no presídio de Igarassu. Ele organizava festas dentro da unidade, facilitava a entrada de drogas e de garotas de programa, com a conivência de servidores, incluindo o então diretor do presídio, que acabou preso.
Alvo da operação executado
A investigação também revelou conexões com crimes recentes. Um dos alvos da Operação Sintonia Fina, Anderson Correia da Silva, foi executado na última segunda-feira (1), em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Segundo a polícia, homens armados se passaram por policiais, invadiram a casa no bairro Dois Carneiros por volta das 3h30 da madrugada e o mataram com vários tiros na cozinha. Apesar da invasão, nada foi levado. A vítima já tinha passagem pelo sistema prisional.
+ Facção criminosa usava padarias de luxo em São Paulo para lavar dinheiro
Além da Ficco/PE e Polícia Federal, participaram da operação a Polícia Civil de Pernambuco, Polícia Militar, Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP/PE). O delegado Márcio Tenório, da Polícia Judiciária da PF, destacou a importância do combate à organização para evitar seu crescimento.
"Esses grupos têm cada vez mais tentado se expandir para todo o Brasil. O combate a essa organização também tem sido foco diário do trabalho da PM e da Polícia Civil de Pernambuco. Muitas vezes, facções menores do Estado acabam se aliando aos grupos maiores, disse o delegado em coletiva de imprensa sobre o caso."
A Polícia Civil de Pernambuco segue à frente das investigações.