Operação da PF mira financiamento e logística do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Agentes prenderam cinco suspeitos de envolvimento no esquema criminoso e também fizeram buscas nos estados de Rondônia e Roraima
Felipe Moraes
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (3), a operação Taurus Aureus, mirando financiamento e logística de organizações criminosas que praticam garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami, a maior do Brasil. Cinco pessoas foram presas de forma preventiva e agentes também cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em Rondônia e Roraima.
+ Dados demonstram redução de 75% nos alertas de garimpo na Terra Indígena Yanomami
A força-tarefa também determinou apreensão e indisponibilidade de diversos bens, como veículos e uma fazenda. "São medidas legais de garantia e reparação dos imensuráveis danos ambientais causados pela atividade", justificou a PF, em nota.
Crise sanitária na TI Yanomami
Ainda segundo a PF, a força-tarefa é desdobramento da operação Libertação, ação de caráter permanente que começou em fevereiro de 2023 para desarticular garimpo ilegal.
A força-tarefa também objetiva desintrusão — retirada de intrusos — de invasores da TI Yanomami.
+ Mortes em território Yanomami reduzem 33%, segundo Ministério da Saúde
O território vive crise sanitária há pelo menos cinco anos, com problemas como fome, desnutrição e doenças atingindo comunidades indígenas, sobretudo crianças.
Em julho, o governo anunciou a milésima operação contra garimpo ilegal na TI. Envolvendo diversos órgãos, ações foram iniciadas no começo da atual gestão, em janeiro de 2023.
+ Chega a mil o número de operações contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Em fevereiro de 2024, o governo criou uma Casa de Governo para enfrentamento à logística de organizações criminosas atuantes na região, apreendendo equipamentos, aeronaves, antenas e combustível.
O órgão também monitora e coordena presencialmente o Plano de Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami.