Chega a mil o número de operações contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
A milésima ação foi realizada na região de Palimiú e contou com participação de Censipam, Força Nacional e Funai
Yaly Pozza
O governo federal realizou, no último sábado (13), a milésima operação de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A ação de número mil aconteceu na região de Palimiú e contou com o apoio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), da Força Nacional e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
De acordo com informações da Casa Civil, a operação resultou na destruição de equipamentos de mineração e apreensão de aproximadamente mil quilos de cassiterita, 140 litros de combustível, uma antena Starlink e uma tesoura de corte, além da detenção de um suspeito envolvido na atividade do garimpo ilegal.
+ Alertas de garimpo em Terra Indígena Yanomami caem 73% em 2024
Em fevereiro deste ano, foi implantada a Casa de Governo em Boa Vista (RR) para coordenar e monitorar presencialmente a execução do Plano de Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami.
Dados do Censipam apontam uma queda de 73% no período de janeiro, fevereiro, março e abril de 2024, comparado ao mesmo período em 2023, e um aumento de 40% nos custos para a realização da atividade no local.
Desde o início das operações, foram apreendidos e inutilizados 18 aeronaves, mais de 72 mil litros de óleo diesel, 467 motores, 54 antenas Starlink, 38 mil quilos de cassiterita, mais de 10.800 quilos de ouro e realizadas prisões de 59 pessoas.
Crise na Terra Yanomami
Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou emergência de saúde na TIY. O garimpo ilegal gerou uma crise humanitária na região.
Além do desmatamento desenfreado e contaminação do solo e rios com mercúrio, a presença de garimpeiros ficou marcada por desnutrição, disseminação de doenças e abusos sexuais.
A Terra Yanomami é a maior do país, com mais de 9,5 milhões de hectares, onde vivem cerca de 30 mil indígenas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, somente em 2023, foram notificadas 363 mortes.