Foragido há mais de 40 dias, homem que construiu casa de vidro para vigiar mulher é preso em SP
Família de Beatriz Cruz continua sem informações sobre a jovem, que está desaparecida desde abril

Derick Toda
Policiais civis de Serra Negra, interior de São Paulo, e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam Thiago Monteiro, de 40 anos, em São José dos Campos, interior de São Paulo, nessa segunda-feira (16).
O homem é suspeito de ter construído uma casa de vidro para vigiar a ex-companheira Beatriz Cruz, de 35 anos. Ele tinha uma medida protetiva contra ela, que está desaparecida desde 19 abril. Thiago estava foragido da Justiça após a prisão preventiva decretada no dia 6 de maio.
Entenda
A Polícia Civil investiga o desaparecimento de Beatriz Cruz, de 35 anos, em Serra Negra, no interior de São Paulo.
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Thiago e Beatriz têm um filho de oito anos e terminaram um relacionamento de 15 anos no início de 2025. Para muitos, a relação parecia harmoniosa, inclusive para a mãe da jovem, Roseli Aparecida Araújo, que descrevia Thiago como uma pessoa "fina, educada, que fala baixo".

No entanto, a fachada de "marido exemplar" desmoronou quando o próprio filho do casal começou a relatar à avó Roseli os abusos que testemunhava. A partir da denúncia, a mãe da vítima começou a flagrar a violência que Beatriz sofria.
"Eu vi ela deitada em posição fetal, com as duas mãos tentando cobrir o rosto, tinha medo de apanhar no rosto, ele tava segurando o cabelo dela, fez um nó no cabelo e tava tampando a boca dela", disse Roseli.
Thiago monitorava cada passo de Beatriz em um comportamento de "stalking". A casa de vidro, que deveria ser uma característica arquitetônica diferenciada, servia como um método de vigilância constante. Thiago chegou a posicionar o vaso sanitário em frente à cama do casal, impedindo que Beatriz usasse o celular de forma escondida.
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Beatriz conseguiu uma medida protetiva que proibia Thiago de se comunicar com ela, de se aproximar do local de trabalho e manter uma distância de ao menos 200 metros dela. Três semanas depois, ela saiu de casa para trabalhar em um hotel e desde então não foi mais vista.
A casa de vidro tinha câmeras de segurança que registravam a movimentação externa. Antes de deixar a residência, Thiago destruiu os equipamentos e os HDs com as imagens salvas.
