“Foi ódio por ela estar crescendo”, diz irmã de soldada torturada e morta por marido PM
Policial Édipo Sibaldeli matou a esposa, Thaís, antes de se suicidar em SP; laudo aponta que ela foi torturada e espancada
Caroline Vale
Primeiro Impacto
Após a divulgação do laudo do Instituto Médico Legal (IML) pela Polícia Científica de São Paulo, que confirmou que a morte dos policiais militares Édipo Gomiero Sibaldeli e Thays Soares Cordeiro Sibaldeli foi um caso de feminicídio seguido de suicídio, a irmã da soldada falou com exclusividade ao SBT.
Segundo Talita Desselman, irmã da vítima, Édipo era abusivo e tinha ciúmes até mesmo da forma como Thays tratava o cachorro de estimação. Ela afirmou que a irmã chegou a contar sobre as brigas para algumas amigas.
Talita também lembrou de um episódio em que ele apontou a arma para Thays e a ameaçou: "Ele pegou no braço dela forte e falou: 'Quem você acha que manda aqui?' E como ele sempre andava armado, ele puxou a arma da cintura, apontou pra ela e falou assim: 'A minha vontade é matar você, os cachorros e me matar'."
Um documento traz detalhes sobre o crime ocorrido no último domingo (2), quando o casal de PMs foi encontrado morto em casa, em Guaianases, zona leste da capital paulista. De acordo com um laudo, Édipo espancou e torturou Thaís por várias horas antes de matá-la com uma arma e tirar a própria vida.
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A perícia apontou múltiplas lesões, sinais de mordidas e marcas de agressão intensa em Thays. Talita disse que a irmã tinha muitos ferimentos, além do rosto todo roxo e os olhos inchados. "Ela tinha um buraco na bochecha, mas que não era buraco de bala. Aquilo foi um buraco que ele fez com as próprias mãos", relatou.
"Foi ódio por ela ser uma pessoa independente, por ela estar crescendo. Porque o sonho dela, ela estava realizando. Ele tinha 10 anos na PM e nunca ganhou medalha, e ela estava ganhando medalha nos primeiros meses", finalizou Talita.
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Investigações do caso
A arma da vítima foi encontrada em outro cômodo da residência, o que indica que ela não teve chance de defesa. Segundo os peritos, o policial permaneceu cerca de quatro horas dentro da casa após o assassinato.
Thays e Édipo estavam juntos havia nove anos. O casal era considerado exemplar por amigos e colegas de farda. Vizinhos relataram que eles pareciam viver uma relação harmoniosa e que planejavam ter filhos.
No entanto, depoimentos colhidos pela investigação já adiantavam que Édipo era extremamente ciumento e controlador. O comportamento teria piorado depois que Thays, de 32 anos, ingressou na Polícia Militar em janeiro de 2024 e integrava a 1ª Companhia do 37º BPM/M. Já Édipo era integrante do Batalhão de Choque.
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A Polícia Militar divulgou nota de pesar lamentando profundamente a morte e prestando solidariedade aos familiares e amigos: "Durante sua trajetória na Polícia Militar, a soldada PM Sibaldeli destacou-se pela coragem, lealdade e companheirismo, qualidades que deixarão marcas eternas entre seus colegas e superiores”, diz o comunicado.
Os corpos do casal foram velados separadamente na segunda-feira (3). O enterro de Thays Soares Cordeiro Sibaldeli aconteceu em Embu das Artes. Já o corpo de Édipo Gomiero Sibaldeli foi velado na zona leste de São Paulo. O caso foi registrado no 50º Distrito Policial do Itaim Paulista.









