Favela do Moinho: moradores voltam a protestar contra demolição de casas nesta quarta (14)
Linha de trem foi paralisada após manifestantes atearem fogo no terceiro dia consecutivo de protesto
SBT News
Um novo protesto acontece na manhã desta quarta-feira (14) na Favela do Moinho, no bairro de Campos Elíseos, região central de São Paulo. Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil estão no local para conter a manifestação e cumprem mandados de busca e apreensão. Moradores, que lutam contra a demolição de casas, atearam fogo na linha de trem e paralisou a circulação das composições na Linha 8-Diamante, que já foi liberada.
A tensão na Favela do Moinho continua pelo terceiro dia seguido. As manifestações ocorrem em resposta à demolição e às desocupações de casas na comunidade, atendendo a uma determinação do governo do estado.
Tropas de choque estão no local com armas letais e não letais, incluindo bombas de efeito moral e balas de borracha, para conter possíveis novos incêndios e conflitos com moradores.
Segundo informações apuradas pelo jornalismo do SBT, das 820 famílias que devem deixar suas casas na Favela do Moinho, 80% delas já se cadastraram em um projeto habitacional para receber moradias em outro local. Mas 20% dos populares ainda resistem em desocupar a região.
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Nessa terça (13), segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um homem que arremessou objetos contra policiais militares foi detido. Ele foi conduzido ao 2º DP, onde o caso foi registrado.
Na parte da tarde, protestos foram suspensos após um ouvidor da PM, acompanhado por um capitão, recolher reivindicações de moradores para encaminhá-las à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU). Segundo o órgão, 90% dos moradores da comunidade aderiram, de forma voluntária, ao reassentamento. Até o momento, 181 famílias já se mudaram do Moinho, de acordo com dados do CDHU.
Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirmou que não compactua com uso de força policial contra a população e criticou condução da retirada de moradores da Favela do Moinho, em São Paulo.
Diante da atuação do governo estadual, o ministério anunciou que vai solicitar a suspensão do processo de cessão da área ao estado.