Moradores da Favela do Moinho protestam contra remoções e paralisam trens em SP
Ato foi motivado por desocupações e demolições no local. Companhia de habitação do estado aponta que área ocupada oferece risco

SBT News
A circulação de trens metropolitanos da cidade de São Paulo foi parcialmente interrompida nesta segunda-feira (12) devido a um protesto de moradores da Favela do Moinho, na região central da cidade. Populares atearam fogo em entulhos, bloqueando linhas férreas.
De acordo com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a paralisação durou aproximadamente uma hora e afetou os trens das Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, que ficaram contidos entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz. Como alternativa, os passageiros foram orientados a utilizar as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar acompanhava a manifestação na Favela do Moinho e que não houve necessidade de nenhuma intervenção. De acordo com a SSP, uma sala de gerenciamento foi montada, para monitoramento do protesto em tempo real.
Sobre o protesto
A manifestação, que envolveu barricadas e a queima de materiais sobre os trilhos, ocorreu em resposta à demolição e a série de desocupações de casas na comunidade, que atendem a determinação do governo do Estado. Esta é a segunda mobilização de grande porte que os moradores realizam nas linhas férreas.
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), órgão estadual, aproximadamente 800 famílias vivem de forma insegura no local, que está localizado às margens de estações de trem e fios de alta tensão, que podem provocar incêndios.
Em nota, a CDHU declarou que o projeto tem como foro realocar os moradores da favela, ou seja, redirecioná-los para residências seguras. De acordo com o órgão, desde o início das intervenções, 752 famílias aderiram ao processo, com 599 habilitados para receber as novas unidades habitacionais.