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Polícia

Empresário que matou gari em BH diz que não sabia ter atingido a vítima, diz polícia

Suspeito confessou crime na segunda (18), durante novo interrogatório realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais

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Em novo depoimento, Renê declarou que não imaginava que disparo tivesse atingido alguém, já que viu todos os coletores correndo após atirar | Reprodução
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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte, no dia 11 de agosto, afirmou que não imaginava que o tiro efetuado por ele tivesse acertado alguém. O suspeito confessou o crime na segunda-feira (18), durante novo interrogatório realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais.

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Renê declarou em depoimento que não imaginava que o disparo tivesse atingido qualquer pessoa, já que viu todos os coletores correndo após atirar. Em sua versão dos fatos, disse que tentava passar por uma via onde estava estacionado o caminhão de lixo, mas não conseguiu atravessar por causa da largura do carro.

Em resposta a isso, contou que um gari veio em sua direção para confrontá-lo. Ele, então, saiu do carro com a arma em mãos e apontou para o chão, momento em que o gari recuou. Conforme o relato, Renê levantou a arma de fogo e, ao perguntar se ele queria "resolver na mão", a arma disparou.

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Sem perceber que havia atingido alguém, tentou pegar uma munição que caiu na rua e, como não conseguiu, entrou novamente no carro e seguiu para o trabalho. Aos policiais, Renê afirmou que, se soubesse que tinha acertado alguma pessoa, teria parado para prestar assistência.

O empresário foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. Ele está preso desde o dia do crime e aguarda a finalização do inquérito policial.

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Negou crime no primeiro depoimento

No primeiro depoimento, o empresário havia negado o crime e alegado uso de medicamentos controlados. Renê relatou sua rotina no dia do crime, afirmando que saiu do trabalho e foi para casa. Em seguida, passeou com os cachorros e depois foi direto para a academia. Em nenhum momento citou ter estado na rua onde o crime ocorreu.

Imagens de câmeras de segurança flagraram Renê matando o gari e guardando a arma usada no crime. As gravações foram feitas pelo sistema interno do estacionamento do prédio onde ele mora, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH.

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Na segunda (18), advogados que defendiam o empresário deixaram o caso após a divulgação das imagens. Eles informaram que o investigado foi notificado e deverá apresentar nova defesa.

Relembre caso

O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros após uma discussão de trânsito no dia 11 de agosto, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.

Segundo o boletim de ocorrência, Laudemir e outros garis recolhiam lixo quando a motorista do caminhão encostou o veículo para dar passagem ao carro do empresário. Renê teria abaixado o vidro e ameaçado matar caso alguém encostasse em seu carro. Os trabalhadores pediram calma e sugeriram que ele seguisse viagem. O suspeito, porém, desceu do carro alterado e disparou contra o grupo.

O gari Tiago Rodrigues, que presenciou o crime, afirmou que Renê agiu com frieza. "Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora", disse. Tiago tentou socorrer o colega, mas Laudemir não resistiu.

Renê foi localizado por meio de informações de uma testemunha, que lembrou parte da placa do carro dele, e pela análise de câmeras de segurança. A polícia apresentou uma foto do empresário, que foi reconhecido e apontado como o responsável pelo ataque. Apesar disso, ele negou ter cometido o crime quando foi preso, no estacionamento de uma academia.

Na sexta (15), a Polícia Civil informou que a arma usada para matar Laudemir pertencia à esposa do principal suspeito, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.

A compatibilidade foi confirmada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições – uma usada e outra intacta – deixadas no local do crime. Desde então, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil de MG, que apura possíveis desvios de conduta da servidora.

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