Caso Tio Paulo: sobrinha passa a ser investigada por homicídio culposo
Polícia apontou para "omissão de socorro" já que idoso estava em “situação gritante de perigo de vida”
Érika Souza Vieira Nunes, a sobrinha que levou o tio Paulo Roberto Braga, já morto, para assinar um empréstimo de R$ 17 mil em uma agência bancária, passou a ser investigada pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Ela também responderá por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.
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A decisão foi tomada após novos depoimentos e diligências. Segundo o delegado Fabio Luiz Souza da 34ª DP (Bangu), responsável pelo caso, os laudos apontaram que Paulo estava em “situação gritante de perigo de vida” e que, em vez de ir novamente ao hospital, Érika se dirigiu ao shopping e ao banco, configurando omissão de socorro.
Em nota, a defesa de Érika refutou a decisão, afirmando que irá contestar. “Em nenhum momento a senhora Érica declarou ser cuidadora do senhor Paulo. As testemunhas que relatam em sede policial dizem do cuidado que ela tinha pelo Sr Paulo ao acompanhá-lo, não que a mesma era cuidadora e tais testemunhas são pessoas completamente afastadas do vínculo familiar, sendo pessoas estranhas à relação familiar”, diz o texto.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 16 de março, em Bangu, no Rio de Janeiro. Na data, Érika levou Paulo, de cadeira de rodas, para assinar um empréstimo de R$ 17 mil em um banco. Inicialmente, ela alegou que era sobrinha do idoso e que ele estava “apenas doente”.
Desconfiados, funcionários acionaram a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao analisar o corpo, a equipe médica constatou que o idoso, de 68 anos, estava morto há pelo menos duas horas. Tudo foi filmado por funcionários da agência bancária, que compartilharam o vídeo com os veículos de imprensa.
Érika foi presa em flagrante e transferida para o presídio de Bangu. Um dia depois, ela passou por audiência de custódia, onde teve a prisão preventiva decretada.
O caso gerou repercussão nacional e internacional. Uma investigação foi aberta, uma vez que Érika afirmou que Paulo chegou vivo ao banco. Na conclusão do relatório de inquérito, no entanto, a polícia afirma que, pelas imagens, “fica claro que Paulo já era cadáver quando Érika o levou à agência e, principalmente, que ela sabia de tal fato”.
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“Logo antes de entrar ela o segura pelo pescoço para que fique com a cabeça erguida, simulando uma pessoa viva. Dentro da agência ela continua com tal simulação enquanto aguarda atendimento, pois permanece segurando seu pescoço e quando ela solta, a cabeça “despenca” para trás, o que é impossível acontecer com uma pessoa viva, voltando ela a segurar novamente e fingir que conversa com ele”, diz o relatório.