Caso Igor Peretto: “Não tenho coragem de matar uma barata”, diz cunhado preso
Mario Vitorino diz a advogado que morte de empresário foi uma "fatalidade" em conversa anexada ao processo pela Polícia Civil
Após a quebra de sigilo do processo sobre o assassinato de Igor Peretto, morto com 40 facadas pelo cunhado Mario Vitorino, em Praia Grande, a Polícia Civil anexou um trecho da conversa entre o autor do crime e o seu advogado, que foi extraído do celular do acusado.
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O Portal VTV News, afiliado ao SBT, teve acesso ao conteúdo com exclusividade. O homicídio ocorreu no dia 31 agosto em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Mario está preso preventivamente por tempo indeterminado.
Na conversa, ele diz ao advogado que está entregando a sua vida nas mãos do defensor igual quando foi batizado e "entregou a vida na mão de Deus".
Mario ainda afirma que não tem coragem de matar uma barata e que matar seu "amigo" foi uma "fatalidade". Confira o áudio a seguir:
“Só me dá essa direção, doutor. Estou indo só pelo que você está falando. Tô entregando a minha vida na sua mão, tipo quando eu escolhi e fui batizado. Minha vida tá na mão de Deus. Eu estou entregando na tua mão, doutor. Não tem mais o que fazer, tá ligado? Eu sei que tem que ser forte”, fala Mario ao advogado.
Ele comenta sobre uma possível transação de bitcoin e estar com medo de acessar a conta, pois o banco conseguiria rastrear o IP do celular.
Mario ainda diz que o crime, considerado "brutal e cheio de ódio" pela Polícia Civil, foi uma "fatalidade".
“Não sou aquele caras que é malandrão, que acha que é o dono do mundo. Eu sou um puta de um bunda mole, doutor. O que eu fazia… meu crime é pra ganhar dinheiro, tá ligado? O que aconteceu foi uma fatalidade. Eu não tenho coragem nem de matar uma barata. Não sei se você vai acreditar em mim também ou não. Só tô te pedindo essa direção, doutor, porque não tem ninguém pra falar. É só contigo”, disse.
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Relembre o assassinato
Igor Peretto, de 27 anos, foi vítima de um homicídio dentro do apartamento da irmã, Marcelly Peretto, na Avenida Paris, em Praia Grande, no dia 31 de agosto.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a Polícia Militar (PM) foi acionada para atender a ocorrência e encontraram a vítima caída no quarto. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para prestar socorro, mas o óbito foi constatado no local.
Mario foi preso e confessou ter sido o autor das facadas que mataram Igor Peretto. Ele era sócio e cunhado da vítima, pois era casado com Marcelly Peretto, irmã de Igor por parte de pai. Ele fugiu com Rafaela Costa, esposa de Igor, e com Marcelly.
Rafaela se apresentou à Polícia e, logo em seguida, a irmã de Igor. Mario estava foragido e foi encontrado no dia 15 de setembro na cidade de Torrinha, no interior de São Paulo. Ele estava escondido na casa de um tio de Rafaela.
Além de Mário, outras duas pessoas estão presas. Marcelly Peretto, irmã de Igor Peretto, foi ouvida pela Polícia Civil no dia 2 de setembro.
Rafaela se entregou na delegacia em Praia Grande, no dia 6 de setembro. No mesmo dia, Marcelly também foi presa.