Caso Igor Peretto: reconstituição do crime anula tese de legítima defesa
Polícia civil afirma que empresário de Praia Grande (SP) foi assassinado de forma brutal e sem chance de defesa; Veja imagens inéditas da reconstituição
O laudo da reconstituição do assassinato de Igor Peretto, em Praia Grande, concluiu que a vítima não teve qualquer chance de reação. Mario Vitorino, cunhado e sócio do empresário morto, foi o autor das 40 facadas que mataram a Igor. Segundo o delegado responsável pelo caso, Renato Mazagão Júnior, trata-se de um crime “brutal e cheio de ódio”.
De acordo com o laudo, uma das facadas deixaria Igor tetraplégico, derrubando a tese de legítima defesa usada pelos envolvidos no crime - o cunhado Mario Vitorino da Silva Neto, a irmã de Igor, Marcelly Marlene Delfino, também casada com Mario, e a esposa da vítima, Rafaela Costa da Silva.
“Além do excesso cometido contra a vítima, não foram descritas no laudo lesões na mão de Igor, que haveria caso ele tivesse utilizado um pedaço quebrado de espelho para atacar Mario”, afirma o delegado.
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A equipe de investigação também confirmou que Mario mentiu sobre onde pegou a faca utilizada para matar Igor Peretto. Durante a simulação, o autor das facadas alegou ter visto a faca na cuba da pia, após “ser ferido por Igor”. No entanto, o exame pericial no apartamento mostra que a gaveta de facas estava aberta.
A reconstituição, obtida com exclusividade pela VTV, filiada do SBT em Santos, também aponta contradições. Em seu primeiro depoimento na sede da DIG, Marcelly não menciona que seu irmão estava com um caco de vidro nas mãos. Ela contou que Igor foi para o outro quarto se trocar e Mario partiu pra cima dele, após pegar a faca na cozinha.
Já na reconstituição, Marcelly alterou esta versão, dizendo que, logo após a porta do guarda-roupa cair (sem explicar o porquê da queda), Igor teria ameaçado Mario com um caco de vidro (que teria se desprendido da porta).
Imagens inéditas da reconstituição
A simulação foi realizada pela Polícia Civil no dia 25 de setembro e apresentada em formato de quadrinhos. Foram usadas as versões de Mario Vitorino, apontado como o autor do homicídio, e de Marcelly Peretto, irmã da vítima.
Vizinhos ouvidos nas investigações relatam que o trio amoroso (o cunhado Mario Vitorino, Marcelly Marlene Delfino, irmã de Igor e também casada com Mario, e Rafaela Costa da Silva, a esposa da vítima) estavam juntos e falavam ao mesmo tempo, durante toda discussão.
“Eles estariam juntos o tempo todo e todos falavam na mesma cena. Além disso, essas testemunhas informaram que em nenhum momento ouviram pedido de socorro de Marcelly, nem de ninguém que estava dentro do apartamento”, relata o delegado Renato Mazagão Júnior.