Caso Gritzbach: Polícia Civil de SP identifica suspeitos de mandar matar delator do PCC
Investigação aponta Ademir Andrade e Emílio Castilho como mandantes do assassinato de Vinícius Gritzbach no Aeroporto de São Paulo
SBT Brasil
A Polícia Civil de São Paulo já identificou os dois principais suspeitos de ordenar a morte de Vinícius Gritzbach, empresário e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ademir Pereira de Andrade e Emílio Carlos Castilho - este último conhecido como "Cigarreiro" - têm histórico de envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em nome da facção criminosa.
Segundo as investigações, Ademir, que está preso, utilizava o mercado imobiliário para lavar recursos ilícitos, mantendo mais de 400 imóveis registrados em seu nome na zona leste de São Paulo. Já Emílio é acusado de transferir R$ 4 milhões em criptomoedas a Gritzbach, que supostamente desapareceu com o valor. Além disso, Ademir foi citado na delação que o empresário apresentou ao Ministério Público, fator que teria motivado sua execução.
Gritzbach foi morto no dia 8 de novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Segundo as investigações, os mandantes contrataram policiais militares para executar o crime.
O tenente Fernando Genauro da Silva, apontado como motorista na fuga dos atiradores, foi preso no último sábado. Dados de geolocalização confirmaram sua presença no local do assassinato. O advogado de Genauro, Mauro da Costa Ribas Jr., afirma que o cliente é inocente e promete provar isso no decorrer do processo.
A vítima, Antonio Vinícius Gritzbach, era peça-chave em uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro do PCC. Ex-corretor de imóveis, ele se envolveu com o tráfico após contato com o grupo liderado por Anselmo Santa Fausta, o "Cara Preta". Em 2021, foi acusado de mandar matar Cara Preta, o que resultou na primeira sentença de morte contra ele pela facção.
Até o momento, 16 policiais militares foram presos por ligação com o caso. Um novo alvo das investigações é o sargento José Roberto Barbosa de Souza, o "Barbosinha", acusado de repassar informações sigilosas para traficantes. Um inquérito policial militar, instaurado em outubro de 2024, revela que Barbosa já era investigado por colaborar com o PCC, com foco em militares que escoltavam Gritzbach.
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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo destaca que não compactua com desvios de conduta e promete punições rigorosas aos que infringirem a lei.