Briga entre ambulantes, seguranças e PMs deixa mulher ferida em parque de SP
Tumulto começou após agentes tentarem tirar os comerciantes do local; Polícia Militar foi chamada para conter a confusão
Fernanda Trigueiro
Uma vendedora ficou ferida, com o braço luxado, durante uma confusão entre ambulantes e seguranças do parque Villa Lobos, na zona oeste de São Paulo. Os seguranças queriam retirar os vendedores do local, no último domingo (7). A Polícia Militar foi acionada para conter o tumulto.
Imagens feitas por celular registraram o momento em que um outro ambulante é imobilizado por um policial com um golpe "mata-leão". Após se livrar do golpe, o homem tenta partir para cima do PM. Neste momento, uma mulher aparece no meio da confusão. Ela também é imobilizada por uma das policiais pelo mesmo golpe e cai no chão.
A ambulante disse que não se sentiu agredida pela PM e que acredita que o golpe foi mais um mecanismo para contê-la, já que estava muito alterada com a confusão. “Eu não acredito que ela estava ali de maldade comigo, até porque depois ela super me atendeu. Não acredito que tenha sido uma agressão”, conta a vendedora Amanda Farias.
Farias afirma que a agressão partiu de um segurança homem e de uma outra mulher que puxou seu braço. Com isso, ela caiu e ficou imóvel no chão até a chegada do Corpo de Bombeiros. Amanda foi encaminhada para o pronto socorro com uma luxação.
Legalização do trabalho e aumento de vendedores
Segundo relatos dos ambulantes, na parte de fora do parque estavam fiscais da subprefeitura de Pinheiros e a Guarda Civil Metropolitana que aguardavam a ação dos seguranças para apreender a mercadoria dos 12 vendedores presentes.
Em nota, a concessionária Reserva Parques, que administra o local, diz que houve um aumento de vendedores ilegais no parque e que muitos deles comercializam bebidas alcoólicas, que são proibidas pelo contrato de concessão. Diante de reclamação dos frequentadores e do conselho do local, a subprefeitura da região e a secretaria de segurança pública foram notificadas.
Ainda de acordo com a nota, um cadastro para regularização de novos vendedores já foi aberto, o que é questionado pelo ambulante José Edivan Lisboa. “A gente trabalha com dignidade, muito embora é um serviço informal, porque eles não dão oportunidade. Todo ano eu vou na administração em busca de um cadastro para me legalizar, porque eu gostaria de trabalhar legalizado”.
Já Amanda diz que os frequentadores do parque apoiam o trabalho dos vendedores. “Consegui meu apartamento, levar alimento para dentro de casa, que é o mais importante, e pagar as contas, graças aos visitantes do parque que sempre nos apoiou. A gente fez um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas onde eles apoiam o nosso trabalho aqui”, desabafa.
O caso foi registrado como desacato, lesão corporal e ameaça e está em investigação.