Sidônio classifica fake news sobre o Pix como "criminosa"
Ministro da Secom diz que governo deve se antecipar às notícias falsas, "ocupando espaço" nas redes sociais com informação
Raphael Felice
O novo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, classificou como criminosas as notícias falsas sobre taxação do Pix e demais movimentações financeiras. Segundo o publicitário, a desinformação é o "grande mal da humanidade".
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"Não tem absolutamente nenhuma mudança, não vai se cobrar nada. Isso é uma atitude criminosa que estamos vivendo, causando sérias consequências para quem tem seu pequeno comércio”, disse em entrevista coletiva após a cerimônia de posse.
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Segundo o novo chefe da Secom, a desinformação pelas redes sociais tem sido um instrumento para a proliferação da extrema-direita no mundo.
“Precisamos enfrentar a desinformação neste país. Esse é o grande mal da humanidade. E é isso que tem feito proliferar a extrema-direita no mundo. Ela estava sumida desde o fim do nazifascismo, mas tem estado de volta. Não por causa das redes sociais, mas pela desinformação", disse.
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Sidônio Palmeira afirmou que o governo federal deve se antecipar às notícias falsas "ocupando o espaço", em vez de "correr atrás" depois que os conteúdos já viralizaram. A desinformação no caso do Pix, por exemplo, exige do governo um grande esforço para desmentir um boato que já atingiu milhões de brasileiros.
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"Quando você toma qualquer medida que influi diretamente na população, você tem que sair na frente informando isso. Tem que ocupar todo espaço. Porque aí, quando vem a desinformação, a fake news, ela vem para disputar esse espaço. A gente pode ganhar de 8 a 2, 7 a 3. Mas quando você deixa vácuo, a fake news ocupa. Aí você tem que correr atrás, e isso é um problema", disse Sidônio. Ele também reforçou a necessidade de coordenar a informação da Secom com todas as pastas do governo.
Além de se antecipar, Palmeira falou que é necessário identificar os autores de informações falsas e puni-los. Ele ainda fez uma relação com futebol para exemplificar o que acontece quando o governo sai atrás e precisa "correr atrás" de uma notícia falsa.
"É como se fosse lateral esquerdo de um time pequeno marcando um ponta veloz. Você fica o tempo todo correndo atrás da bola [...], mas tem que ter atitude. Não é só colocar as coisas nas redes [se antecipando]. É importante identificar responsáveis pelas fake news e punirmos os responsáveis por isso", afirmou.
Meta
Durante a cerimônia de posse, Sidônio manifestou preocupação sobre a mudança de diretrizes da Meta, anunciada semana passada pelo CEO e fundador, Mark Zuckerberg.
"Medidas anunciadas recentemente pela Meta são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional. Defendemos a liberdade de expressão. Lamentamos que o extremismo esteja distorcendo esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação", disse.
O ministro reforçou que as big techs devem respeitar as leis e a soberania nacional e que o governo não vai aceitar a ampliação de discursos de ódio.
"A gente não vai aceitar isso [...] porque ali entra discurso da xenofobia, racismo, agressão contra mulheres. Nos preocupa e vamos tomar posicionamento sobre isso", concluiu.