Publicidade

Senado discute PEC que pode privatizar terrenos da União no litoral; ONG faz alerta

Audiência pública na CCJ debate, nesta segunda (27), proposta de redistribuir áreas de marinha para estados, municípios e iniciativa privada

Senado discute PEC que pode privatizar terrenos da União no litoral; ONG faz alerta
Praia em Santa Catarina | Divulgação/Prefeitura de Balneário Camboriú
Publicidade

Uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal discute, nesta segunda-feira (27), a partir das 14h, a controversa proposta de emenda à Constituição (PEC) nº 3/2022: privatizar áreas de marinha da União no litoral brasileiro e redistribuí-las entre estados, municípios e proprietários particulares. A PEC foi assunto no Brasil Agora desta segunda-feira (27).

Sob relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a proposta traz extinção das chamadas áreas de marinha — que, vale reforçar, nada têm a ver com a instituição Marinha. Esses terrenos na costa marítima se estendem por 33 metros e foram definidos com base numa linha da maré cheia do ano de 1831.

O ativista Rodrigo Thomé, um dos fundadores da organização não governamental (ONG) Euceano, lembra que essas zonas "foram constituídas para serem salvaguarda do país numa época em que invasões eram frequentes".

"Hoje, a gente vive realidade que torna novamente atual essa necessidade", explica. "Apesar de não termos tantas invasões recorrentes, temos mundo onde invasão pela água e por causa de condições e problemas climáticos é ainda mais potencialmente perigosa do que era em 1831", avalia.

Para ele, a PEC vem como "desculpa de modernizar e desburocratizar, facilitando acesso e uso dessas áreas". Thomé aponta possíveis riscos ambientais de privatizar essas faixas, "fundamentais para manter estruturas biológicas daquele ambiente intactas e preservadas".

O ativista alerta para impactos ambientais de atividades como exploração imobiliária, com condomínios e resorts, nessas faixas. "Isso é potencialmente perigoso", avisa. Thomé ainda comenta que, mesmo que a PEC não envolva cobrança para acesso às praias, na prática a história pode ser diferente.

"Muito se fala que não se proíbe acesso às praias no texto. Mas questão é mais ampla. O acesso a ela pode ser distribuído para outras utilizações, fazendo com que de fato fique inviável o acesso. E aí, sim, mesmo que na legislação não seja proibido, na prática torna quase que inviável", analisa.

Thomé não vê na PEC uma modernização da legislação sobre as áreas de marinha. "Instrumentos de proteção ambientais são fundamentais para que a gente consiga minimamente mitigar as devastadoras consequências da mudança climática", explica.

"Fazer com que a gente tenha instrumentos de proteção fortes e sólidos, órgãos fortes e sólidos, não é burocratizar. É aumentar chances de a gente minimizar impactos que já estão aqui. Questões ambientais não são falácia, problema do futuro. Estão no centro de todas as decisões", completa.

Assista ao Brasil Agora desta segunda (27):

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

praia
Senado
Congresso Nacional
Política
Meio Ambiente
privatização

Últimas notícias

Bandido faz esposa grávida refém para evitar prisão e faz "live" nas redes sociais

Bandido faz esposa grávida refém para evitar prisão e faz "live" nas redes sociais

Crime foi registrado em Lauro de Freitas (BA), região metropolitana de Salvador; homem foi preso após negociações
Após desistência de investigado por tráfico sexual, Trump nomeia Pam Bondi como procuradora-geral

Após desistência de investigado por tráfico sexual, Trump nomeia Pam Bondi como procuradora-geral

Aliada fiel de Trump, a ex-procuradora-geral da Flórida atuou como advogada do presidente eleito em seu primeiro julgamento de impeachment
Enfermeiras são flagradas fazendo babyliss enquanto pacientes esperam atendimento

Enfermeiras são flagradas fazendo babyliss enquanto pacientes esperam atendimento

UPA do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal, ainda não se pronunciou; imagens foram gravadas na ala amarela, destinada a urgências
Encontro "icônico": a mulher mais alta e a mais baixa do mundo se conhecem em Londres

Encontro "icônico": a mulher mais alta e a mais baixa do mundo se conhecem em Londres

O livro dos recordes realizou um chá da tarde com doces entre Rumeysa Gelgi, que mede 2,15 metros, e Jyoti Amge, que tem 62,8 cm
Menino é baleado por tiro de fuzil durante ação policial no RJ

Menino é baleado por tiro de fuzil durante ação policial no RJ

Caso foi registrado em Duque de Caxias e moradores protestaram; 20 crianças já foram baleadas ou atingidas por bala perdida em 2024
Falso registro de bebê: polícia investiga "adoção à brasileira" no Distrito Federal

Falso registro de bebê: polícia investiga "adoção à brasileira" no Distrito Federal

Homem de Belo Horizonte não quis fazer exame de DNA e alegou que criança seria fruto de relacionamento extraconjugal
Adolescente de 15 anos morre após se afogar em praia de Salvador

Adolescente de 15 anos morre após se afogar em praia de Salvador

Mãe de jovem relata angústia e denuncia notícias falsas sobre o caso, que será investigado
Miss denuncia injúria racial no Dia da Consciência Negra

Miss denuncia injúria racial no Dia da Consciência Negra

Crime foi registrado em Jaboatão dos Guararapes (PE); Lenita Dellary foi insultada por idosa branca
Homem branco chicoteia vítima e é preso por racismo e tortura

Homem branco chicoteia vítima e é preso por racismo e tortura

Crime foi registrado em Itaúna, interior de Minas Gerais; agredido tem família e não vive em situação de rua
Procura-se o maior castelo inflável da América Latina

Procura-se o maior castelo inflável da América Latina

Brinquedo foi furtado após empresário cair em golpe no interior de São Paulo; saiba como
Publicidade
Publicidade