Governo tenta conter recorde do dólar após falas de Lula contra Campos Neto
Dólar bateu recorde e atingiu R$ 5,65 nessa segunda (1º), maior cotação desde janeiro de 2022
O governo tenta conter alta do dólar após novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra política monetária e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O apresentador Murilo Fagundes e a comentarista Iasmin Costa explicam o assunto e trazem bastidores no programa Brasil Agora desta terça (2). Assista no canal do SBT News no YouTube.
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Nessa segunda-feira (1º), a cotação da moeda norte-americana bateu recorde e atingiu R$ 5,65, maior valor desde janeiro de 2022. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu alta do dólar a "ruídos" e reafirmou a tese, já defendida por Lula publicamente e em reunião ministerial, de que o governo precisa comunicar melhor o que tem feito, sobretudo na economia.
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também rebateu críticas ao governo e afirmou que Lula tem compromisso com a questão econômica e responsabilidade fiscal.
"[Padilha] disse que o pessimismo do mercado será descartado com serviço e compromisso que o presidente tem mostrado. O próprio Haddad disse que alta do dólar é especulação e que trabalho é intenso e comunicação está falhando", contextualizou Costa.
"Mas governo do PT é sempre muito criticado por muito gastar e pouco cortar", ponderou a jornalista. Nesta quarta (3), Hadad terá encontro com Lula para debater o dólar, entre outros assuntos.
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Murilo Fagundes reforçou que essa desculpa é comum em qualquer governo: "Quando algo vai mal, coloca a culpa na comunicação". "É mais ou menos o que acontecia no governo Bolsonaro. Não tem como comunicação do governo ter tom positivo quando presidente dá declarações controversas", completou.
"Ele [Lula] tem seus contrapontos a Campos Neto, tem dado entrevistas todos os dias. E todos os dias fala contra a política do Banco Central. O mercado é reativo. Temos críticas ao mercado, tem posições que a gente tem que questionar. Mas o presidente sabe que as falas têm impacto direto no dólar, na moeda", completou o apresentador.
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Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto deixa a presidência do BC em 31 de dezembro de 2024. Diretor de política monetária da autarquia, Gabriel Galípolo é um dos cotados para receber indicação de Lula ao cargo.