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Política

Governo Lula pode se isolar ainda mais se judicializar derrubada do IOF, diz analista político

Cristiano Noronha afirma que Congresso dá sinais de insatisfação há bastante tempo, e que relação deve piorar com a aproximação das eleições

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Os presidentes Hugo Motta (Câmara), Lula (República) e Davi Alcolumbre (Senado) | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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O cientista político Cristiano Noronha alerta que o governo Lula pode se isolar ainda mais caso insista em judicializar a derrubada do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional. Para ele, essa estratégia pode agravar o desgaste político entre Executivo e Legislativo e dificultar a governabilidade.

“Se o governo insistir em dobrar essa aposta e tentar reverter via judicial uma decisão tomada pelo Congresso, essa relação vai ficar muito mais difícil”, afirmou Noronha em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, nesta quinta-feira (26). Ele é vice-presidente da consultoria Arko Advice.

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O analista político afirmou que o Legislativo já demonstra sinais claros de insatisfação com o governo há bastante tempo. “Essa relação do presidente Lula com o Congresso tem sido marcada por altos e baixos desde o início da gestão”, disse, citando exemplos como a liberação de emendas parlamentares. Com a aproximação das eleições de 2026, Noronha avalia que o desgaste tende a aumentar.

Além da disputa sobre o IOF, o governo encara desafios como a CPMI do INSS e a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O cientista político avalia que o Congresso defende uma pauta focada no corte de gastos, enquanto o Executivo prioriza medidas de arrecadação.

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“O recado do Congresso para a sociedade é que precisamos resolver a questão fiscal não pelo aumento da receita, mas pelo corte de gastos”, afirmou Noronha.

Para suavizar a tensão entre os Poderes, o analista aconselha que o governo cumpra os acordos firmados, evite “críticas exacerbadas” contra o Congresso e ouça as sugestões do Legislativo para promover o corte de gastos.

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