"Eduardo Bolsonaro não manipula o Trump", diz Flávio, em entrevista exclusiva ao SBT
Senador diz que voltou dos EUA por medo do pai ser preso e que Bolsonaro não dará mais entrevista
Soane Guerreiro
Márcia Lorenzatto
Em entrevista exclusiva ao SBT nesta sexta-feira (25), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o irmão Eduardo "não manipula o Trump". "O papel dele é levar as informações, levar o nosso ponto de vista. O Eduardo Bolsonaro não manipula o Trump. Beira infantilidade imaginar que o deputado pode simplesmente virar para o presidente Trump e falar o que ele tem que fazer ou não. Qualquer pessoa com dois neurônios sabe que isso não acontece", disse.
"O papel dele é levar informação real, levar o nosso ponto de vista, e o Trump forma o seu juízo de valor e toma as medidas que acha que são cabíveis, em defesa dos interesses dos Estados Unidos, ou dos cidadãos americanos", complementou Flávio.
Para o senador, o governo americano leva em consideração um alinhamento entre o governo Lula e a China, além de outras "ditaduras", em vez de dar continuidade à "boa relação que sempre teve com os Estados Unido. "Então, essa culpa é do Lula", avalia Flávio.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início do ano, e é apontado pelo governo brasileiro como o principal articulador da taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, de 50%.
Tarifaço de Trump
Flávio defendeu que os empresários brasileiros pressionem o governo, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso para evitar o tarifaço.
"Ninguém está feliz com essa tarifa de 50% e a gente não tem controle se ela vai passar para 110, 150 ou 200% em função dessa não atuação do governo Lula, dessa incapacidade deles de conseguir sentar para negociar", disse.
"A sugestão que dou para os empresários que se sintam afetados, que busquem por intermédio dos relacionamentos que têm integrantes do Supremo, o próprio presidente da República, lideranças no Congresso Nacional, porque é dessa forma que a gente vai conseguir ter a autorização --olha como nós não estamos numa democracia--, ter a autorização do Alexandre de Moraes para que o Congresso volte a funcionar e cumprir com as suas obrigações constitucionais".
O senador ainda complementou: "A saída está simples: a gente voltar à normalidade aqui no Brasil. Vamos fazer a anistia ampla, geral e irrestrita, vamos rever na nossa legislação, na Constituição Federal, a questão da liberdade de expressão e liberdade de imprensa. Vamos preservar isso que é sagrado numa democracia, e vamos fazer uma eleição com o Jair Bolsonaro nas urnas em 2026."
Em um evento em Osasco (SP), na manhã desta sexta, Lula voltou a defender negociações com os Estados Unidos e disse que Trump foi "induzido a acreditar em uma mentira".
"Se o presidente Trump tivesse ligado para mim, eu certamente explicaria para ele o que está acontecendo com o ex-presidente. Eu explicaria, porque tenho boa relação com todo mundo. Se ele me ligasse, mas não. Ele foi induzido a acreditar em uma mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido", afirmou.
Crítica a Moraes
Ainda na entrevista, Flávio voltou a criticar a atuação de Moraes e do governo Lula para a inelegibilidade do pai, que decidiu não dar mais entrevistas. "Eles claramente tornaram o Bolsonaro inelegível em decisões completamente manipuladas, em processos que foram fabricados ali, com interpretações completamente distorcidas da legislação pra tirar ele do jogo político. Então, isso não é justo".
Flávio disse também que voltou dos EUA por medo do pai ser preso e que Bolsonaro não dará mais entrevista.
Assista à entrevista completa com Flávio Bolsonaro abaixo ou no canal do SBT News no Youtube.
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