Casa Branca acredita que governo brasileiro não se engajou seriamente nas negociações das tarifas
Segundo uma autoridade da Casa Branca, na semana que vem, uma ordem executiva que explica as tarifas pode ser assinada pelo presidente
Patrícia Vasconcellos
Washington DC - A saída de Donald Trump para a Escócia estava marcada para as oito da manhã, pelo horário local, nesta sexta-feira (25) de julho. Em uma manhã de temperatura próxima aos trinta e cinco graus celsius, o presidente americano saiu da residência oficial para, primeiro, cumprimentar visitantes que estavam posicionados do lado esquerdo do jardim da ala sul da Casa Branca.
Em seguida, Trump veio em direção aos jornalistas e demonstrou muito interesse e disposição em responder à várias perguntas, incluindo as questões econômicas sobre os seis primeiros meses de governo. Em relação ao Brasil, não houve comentários de Donald Trump nesta sexta-feira.
Nos bastidores, uma autoridade da Casa Branca confirmou ao SBT que uma ordem executiva explicando as tarifas contra os produtos brasileiros pode ser assinada na semana que vem. O representante do governo americano também disse que "a Casa Branca acredita que o governo brasileiro não se engajou seriamente nas negociações ou fez ofertas significativas".

Comitiva de senadores brasileiros em Washington
Na próxima semana, uma comitiva de oito senadores tem agenda na capital dos Estados Unidos. Estarão em Washington o presidente da comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), Teresa Cristina (PP-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Fernando Farias (MDB-AL), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Esperidião Amim (PP-SC) e Carlos Viana (Podemos-MG).
Intitulada "Em defesa do diálogo político e dos interesses estratégicos do Brasil", a comitiva tem três dias de agenda na capital norte-americana. "A missão tem caráter suprapartidário, institucional e estratégico. Seu objetivo é reabrir canais de diálogo político com o Congresso norte-americano diante das novas barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos", afirma o texto de apresentação da missão brasileira.
Carta de senadores democratas a Donald Trump
Na quinta-feira (24), onze senadores democratas assinaram uma carta endereçada ao presidente norte-americano. Nela, os legisladores afirmam que "Estados Unidos e Brasil têm assuntos legítimos de comércio bilateral que devem ser discutidos e negociados", mas que, no entanto, segundo a carta, "as ameaças de tarifas não são direcionadas a isso, nem é sobre deficiência no valor de comércio, já que os Estados Unidos têm U$ 7,4 bilhões de superávit com o Brasil em 2024 e não está em déficit com o Brasil desde 2007".
A carta afirma que as ações da presidência vão aumentar o custo para as famílias americanas e negócios "incluindo aproximadamente U$ 2 bilhões em café". O texto diz ainda que o comércio bilateral entre Estados Unidos e Brasil suporta cerca de cento e trinta mil empregos nos Estados Unidos "que estarão em risco". Assinaram a carta os senadores Tim Kaine, Jeanne Shaheen, Adam Schiff, Richard Durbin, Peter Welch, Kirten Gillibrand, Mark Warner, Catherine Cortez Masto, Michael Bennet, Jacky Rosen e Raphael Warnock.
