Diretor do presídio da Polícia Civil é afastado após apreensão de 23 celulares com presos
Alguns dos aparelhos estavam nas celas dos policiais civis envolvidos na investigação do assassinato de delator do PCC
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SBT News
O diretor do presídio da Polícia Civil, Guilherme Solano, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (5), um dia após a Operação Vídeo Vocacionis. A Corregedoria da instituição instaurou três inquéritos para investigar a conduta dos funcionários do local.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o diretor e os funcionários devem prestar depoimento ainda nesta quarta-feira. O órgão afirmou ainda que o presídio está funcionando e não houve remanejamento de presos.
"A Polícia Civil não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da instituição", afirmou a SSP.
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Operação Vídeo Vocacionis
A operação realizada na terça-feira (4) encontrou 23 celulares no presídio da Polícia Civil, na zona norte da capital paulista. Foram revistadas celas de 69 presos.
Também foram encontrados 11 smartwatches, 11 carregadores de celular, 26 fones de ouvido, um computador, drogas e R$ 21.672,15, além de quantias não informadas em dólar e euro.
O mandado de busca e apreensão no presídio faz parte das ações que investigam a morte de Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), assassinado em novembro do ano passado.
Segundo agentes envolvidos na operação, parte dos celulares foi encontrada na cela dos policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de "Xixo", e Valmir Pinheiro, conhecido como "Bolsonaro", presos desde setembro de 2024.
Tanto "Xixo" quanto "Bolsonaro" foram citados na delação de Gritzbach ao Ministério Público, que acusou os policiais de extorquir dinheiro dos integrantes do PCC. A dupla ainda é suspeita de coagir testemunhas e atrapalhar investigações.
A força-tarefa também cumpriu mandato na residência do delegado Alberto Pereira Matheus Junior, que ocupa um dos níveis hierárquicos mais altos na Polícia Civil e também foi citado na delação premiada de Vinicius Gritzbach. Os policiais não conseguiram apreender o celular de Alberto, que alegou que o aparelho havia sido extraviado no dia anterior e registrou um boletim de ocorrência. Ele não foi preso, mas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foi afastado de suas funções.