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Zelensky diz que Ucrânia trabalhará com os EUA em plano de paz sem abrir mão de seus interesses

Presidente ucraniano afirma que analisará proposta norte-americana, mas garante que não aceitará termos que contrariem a soberania do país

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Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Kiev 2582025 REUTERSValentyn Ogirenko
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O presidente Volodymyr Zelensky afirmou, nesta sexta-feira (21), que está disposto a trabalhar de forma rápida e construtiva com os Estados Unidos na elaboração de um plano de paz para encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia. Ele ressaltou, porém, que não aceitará qualquer acordo que contrarie os interesses nacionais ucranianos.

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Em declaração em vídeo, Zelensky pediu união aos cidadãos em um dos momentos que classificou como “mais difíceis da história do país”. Ele também disse esperar um aumento da pressão política na próxima semana.

Segundo autoridades norte-americanas, o plano foi preparado após consultas com Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, ex-ministro da Defesa e aliado próximo de Zelensky.

Uma autoridade sênior dos EUA afirmou, na quinta-feira (20), que Umerov havia concordado com a maior parte do documento após sugerir modificações e o teria apresentado ao presidente. No entanto, Umerov negou, nesta sexta-feira, ter discutido ou aprovado os termos.

“Nossas equipes — Ucrânia e EUA — trabalharão nos pontos do plano para acabar com a guerra”, escreveu o presidente no Telegram. “Estamos prontos para um trabalho construtivo, honesto e rápido.”

O Kremlin afirmou que não foi informado de que Kiev estaria disposta a negociar.

O plano

A proposta contém termos que autoridades ucranianas já haviam rejeitado anteriormente por considerá-los semelhantes à rendição, após quase quatro anos de resistência à invasão russa de grande escala.

O documento prevê que a Ucrânia abandone áreas que ainda controla em províncias reivindicadas pela Rússia, enquanto Moscou cederia porções menores de territórios capturados em outras regiões.

A proposta também impede permanentemente a entrada da Ucrânia na Otan e limita o efetivo de suas Forças Armadas a 600 mil soldados. A aliança militar ficaria proibida de enviar tropas ao país.

Outro ponto prevê a suspensão gradual das sanções contra a Rússia. Moscou seria convidada a retornar ao G8 e seus ativos congelados seriam transferidos para um fundo de investimento, com parte dos lucros destinada aos EUA.

Embora detalhe diversas demandas antigas do governo russo, o plano aborda objetivos centrais da Ucrânia de maneira vaga. Uma das principais exigências de Kiev aparece resumida a uma única linha: “A Ucrânia receberá garantias robustas de segurança”.

Países europeus, que hoje financiam sozinhos a defesa ucraniana após o presidente Donald Trump suspender o apoio financeiro dos EUA, não participaram da elaboração do documento. Uma delegação americana em Kiev deve repassar os detalhes do plano às embaixadas europeias ainda nesta sexta-feira.

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