União Europeia fecha acordo de 90 bilhões de euros para apoiar a Ucrânia
Bloco europeu garante recursos para os próximos dois anos em meio à guerra com a Rússia

Caio Aquino
A União Europeia anunciou nesta sexta-feira (19) um acordo para fornecer 90 bilhões de euros (equivalente à cerca de R$ 580 bilhões) de apoio financeiro à Ucrânia nos próximos dois anos, em meio à guerra com a Rússia e à pressão internacional por manutenção da ajuda ao país. A decisão foi tomada pelos líderes dos 27 Estados-membros em uma cúpula em Bruxelas após longas negociações.
O pacote de apoio financeiro, destinado a cobrir necessidades econômicas e militares de 2026 e 2027, foi aprovado depois que os líderes europeus concordaram em levantar os recursos por meio de dívida conjunta da UE, uma solução alternativa à proposta mais polêmica de usar ativos russos congelados na Europa como garantia.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou o acordo como crucial para que a Ucrânia possa continuar resistindo à ofensiva militar russa e afirmou que o financiamento também é necessário para avançar em direção a uma "paz justa e duradoura".
A decisão ocorre em um momento em que a Ucrânia enfrenta dificuldades financeiras, com estimativas de grandes déficits para os próximos anos caso instrumentos de apoio não sejam firmados. O acordo de financiamento foi celebrado em meio a pressões adicionais de aliados, inclusive dos Estados Unidos, por continuidade do suporte ao país enquanto o conflito permanece ativo.
Vale ressaltar que o acordo com a Ucrânia ocorre após a União Europeia adiar para janeiro a assinatura do acordo de livre-comércio com o Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, sob pressão de setores agrícolas europeus que temem concorrência externa. O adiamento foi anunciado nessa quinta (18), após divergências entre os líderes europeus sobre mecanismos de proteção ao setor agrícola no bloco.
O acordo UE-Mercosul, negociado por mais de duas décadas, aguardava assinatura antes do fim do ano, mas agora será reavaliado no início de 2026, segundo representantes europeus. A relação comercial entre os dois blocos é vista como estratégica para exportadores de ambos os lados, mas enfrenta resistência interna devido a preocupações com padrões de produção e competitividade.









